Fórum Social na Colômbia reforça amplo apoio a Cuba e Argentina
O Fórum Social prévio à 6ª Cúpula das Américas foi encerrado nesta sexta (13), em Cartagena, na Colômbia, com amplo apoio a Cuba e ao direito da Argentina sobre as Ilhas Malvinas.
Publicado 14/04/2012 11:23
Apesar de os debates — que agruparam jovens, mulheres, trabalhadores e indígenas — terem envolvido muitas temáticas que preocupam a região, Cuba e Argentina ganharam consenso entre os participantes.
Assim ficou marcado no encerramento do evento, sob o cargo do presidente da Bolívia, Evo Morales, que diante de um auditório tomado pediu aos Estados Unidos que se somem ao clamor dos povos da região em torno da inclusão de Cuba na Cúpula e da soberania da Argentina sobre as Malvinas.
Morales dirigiu-se diretamente à secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, e retomou as palavras que a chefe da diplomacia estadunidense pronunciou previamente no fórum.
“É importante recolher as palavras de Clinton quando diz que se deve acabar com a exclusão e discriminação; com todo respeito, apelo a uma mulher dos Estados Unidos para que se some aos países da América a convocar a Cuba a esta Cúpula”, destacou.
O presidente boliviano também convocou Washington para que se some ao pedido de reafirmar que as Malvinas são da Argentina e da América.
Os Estados Unidos e Canadá são os únicos países do continente que se opõem à participação de Cuba às Cúpulas das Américas e a apoiar a Argentina em seu reclamo de soberania sobre as Ilhas Malvinas.
Antes das palavras do presidente boliviano, o chanceler argentino, Héctor Timerman, chamou à sociedade civil a pedir a seus governos que apoiem uma resolução sobre o reclamo de seu país em torno da soberania sobre as Ilhas Malvinas.
“A agressão colonial contra um país é uma agressão colonial contra todos”, disse Timerman Ele recordou que uma parte do território argentino está sob o domínio colonial do Reino Unido desde 1982.
O chanceler do Peru, Rafael Roncagliolo, disse que não se pode entender que algum Estado se oponha à descolonização de um território, como no caso das Malvinas, que é um resíduo colonial.
Ambos os titulares recusaram a exclusão de Cuba a este Fórum hemisférico e exigiram sua imediata inclusão neste tipo de eventos.
O ministro de Relações Exteriores do Paraguai, Héctor Lacognata, expressou-se em termos similares e chamou a unir forças para mudar o modelo econômico e social imperante, ao mesmo tempo em que condenou o isolamento injustificado de Cuba.
Durante sua intervenção, a secretária de estado Hilary Clinton referiu-se à integração continental — apesar do afastamento de Cuba da região e do não reconhecimento do direito da Argentina sobre as Malvinas, imposto pelos EUA.
“Desejamos que o hemisfério se integre para melhorar a segurança cidadã, os direitos humanos e as oportunidades econômicas”, disse a chefe da diplomacia estadunidense, sem fazer menção aos dois temas que têm centrado os debates.
Mesmo com a rejeição e a condenação da comunidade internacional, o governo dos Estados Unidos mantém há mais de cinco décadas um férreo bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba.
Ao mesmo tempo Washington mantém no território cubano de Guantánamo uma base naval militar, convertida em um centro de reclusão que viola todas as leis e normas do direito internacional e inclusive as da própria nação norte-americana.
Fonte: Prensa Latina