Lula Morais lembra 40 anos da Guerrilha do Araguaia
Há 40 anos, 69 jovens militantes comunistas tiveram que lutar pela democracia, após serem descobertos no interior do Pará, atual Tocantins, na chamada Guerrilha do Araguaia. A lula armada era a única forma de ter voz e vez no período da ditadura militar. De lá nunca saíram vivos. Somente dois corpos foram identificados, até hoje e familiares esperam enterrar seus mortos.
Publicado 13/04/2012 18:35 | Editado 04/03/2020 16:29
O deputado estadual Lula Morais (PCdoB) lembrou na última sexta-feira (13/04), os 40 anos da Guerrilha do Araguaia. No dia 12 de abril de 1972 as Forças Armadas do Brasil realizam o primeiro ataque aos guerrilheiros do Araguaia. Era o começo do confronto que causou mais mortes e desaparecidos no período da ditadura militar (1964-85).
Para o parlamenta, é impossível contar a história do Brasil em sua plenitude sem que se feche o capítulo Araguaia. Até hoje, famílias choram perdas e vivem a expectativa do direito de enterrar seus mortos, afirma o deputado citando a reportagem do Jornal O Povo na Edição de ontem. “Um sofrimento duplo para as famílias, obrigadas a conviver com a dor de uma perda nunca materializada”.
Lula Morais lembrou os quatro jovens cearenses que participaram da Guerrilha, entre eles, Begson Gurjão, militante do PCdoB, então com 24 anos, primeira vítima entre os guerrilheiros do Araguaia. Em julho de 2009, 37 anos depois da sua morte, os restos mortais de Bergson, encontrados em 1996, foram finalmente identificados. Antes dele apenas o corpo da guerrilheira Maria Lúcia Petit havia sido identificado.Os demais cearenses (Jana Barroso, Custódio Saraiva e Antonio Teodoro de Castro) continuam desaparecidos.“Jovens brasileiros tiveram suas vidas ceifadas por um sonho de democracia, liberdade e igualdade social. Objetivos nobre que devem ser reconhecidos por nossa sociedade”, ressalta deputado comunista.
A Guerrilha do Araguaia foi instalada ao longo do rio Araguaia, no final da década de 1960 e início dos anos 1970, encabeçada por homens e mulheres militantes do PCdoB, muitos deles líderes estudantis. Também contou com a participação de trabalhadores rurais do local. Para derrotá-los, o Exército precisou de três campanhas militares, sucessivas. Em uma delas, chegou a mobilizar cinco mil soldados.
Fonte: Assembleia Legislativa do Ceará