Cem chefes de Estados já confirmaram participação na Rio+20
Cem chefes de Estado já confirmaram presença na Rio+20, a conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável que será realizada em junho. Segundo o embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil no encontro, ainda não é possível confirmar os nomes — é provável que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não esteja entre os nomes confirmados.
Publicado 11/04/2012 10:12
"O que sabemos é que cem chefes de Estado já pediram para discursar na plenária principal da cúpula", disse Corrêa do Lago, durante seminário sobre a Rio+20, em São Paulo. Cerca de 20 países avisaram que seus chefes de Estado não poderão comparecer à conferência e deverão enviar negociadores de "alto nível" como representantes, segundo o embaixador.
Uma ausência já certa é a do primeiro ministro britânico, David Cameron. A cúpula dos chefes de Estado ocorre entre os dias 20 e 22 de junho, no RioCentro.
"É inevitável a comparação com a Rio-92", disse o embaixador. Em 1992, a conferência da ONU reuniu 108 chefes de Estado, entre eles o presidente dos Estados Unidos, George Bush, e Fidel Castro, representando Cuba e os países do bloco socialista.
Até junho, vários eventos paralelos tentam destravar as negociações para o documento final da Rio+20. O chamado "Rascunho Zero" já foi discutido em uma reunião preparatória em Nova York há duas semanas.
O esforço é melhorar o documento, considerado superficial por grupos de cientistas e ONGs, e chegar a um consenso sobre a economia verde, um dos temas-chave da conferência.
Esta semana, um evento extra-oficial reunirá cerca de 40 negociadores na quinta-feira (12) e na sexta-feira (13), no Palácio do Itamaraty, no Rio.
Segundo Corrêa do Lago, o objetivo do encontro é avançar nos temas do "Rascunho Zero". Virão negociadores dos Estados Unidos, da União Europeia e do bloco Basic (Brasil, África do Sul, Índia, China e Rússia). "Será um encontro a portas fechadas", disse o embaixador.
Em abril, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, juntamente com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e representantes da área econômica de outros países vão se reunir na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, para discutir temas econômicos que serão destaque na Rio+20.
Um dos temas que deve entrar em pauta é a formulação de indicadores sociais e ambientais complementares ao PIB (Produto Interno Bruto). O encontro será aberto pelo presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, que fica no cargo até 30 de junho.
Grupo de Trabalho do PCdoB
O PCdoB montou um Grupo de Trabalho que acompanhará a Rio+20 e á Cúpula dos Povos. Segundo Aldo Arantes, secretário de Meio Ambiente do Partido, o PCdoB considera a Rio+20 não uma conferência sobre meio ambiente, mas sim sobre desenvolvimento sustentável. “Nossa ideia é a de articular com outras forças e movimentos de esquerda para trazer para a discussão as políticas concretas de desenvolvimento sustentável”, explicou Arantes.
O grupo, coordenado pelo ex-deputado federal Aldo Arantes e a diretora de Movimentos Sociais do Partido, Lúcia Stumpf, reuniu-se nesta terça-feira (10) com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em Brasília. No encontro, do qual participaram também as deputadas Jandira Feghali (RJ) e Perpétua Almeida (AC), o grupo expôs a posição do partido sobre a conferência de junho.
Ele avalia que a conferência deverá se polarizar entre o debate sobre a economia verde, defendida pelos países europeus, e a do desenvolvimento sustentável, que é a bandeira do Brasil juntamente com os demais países em desenvolvimento.
Informações da Folha de S.Paulo