Irã: diálogo sobre programa nuclear dependerá do Ocidente
O sucesso das próximas conversas nucleares dependerá da atitude que as potências mundiais assumirão para com o Irã, afirmou, nesta segunda-feira (9), a deputada Zohreh Elahian, se referindo às pressões ocidentais sobre o programa atômico nacional do Irã.
Publicado 09/04/2012 12:17
A legisladora da comissão de segurança nacional e política exterior do Majlis (parlamento persa), mostrou-se cética com a postura do chamado Grupo 5+1 (os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) para com Teerã.
Representantes do G5+1 e do Conselho Supremo de Segurança Nacional (CSSN) do Irã realizarão conversas no próximo dia 13 ou 14, na cidade turca de Istambul, sobre assuntos nucleares deste país e mundiais, e, em caso de avanços, sustentariam outra rodada em Bagdá.
"A tendência positiva nas próximas conversas (…) dependerá da posição e da intenção com a qual o G5+1 avance nesse cenário", pontualizou Elahian em declarações à agência Fars News.
Tanto a deputada como o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), Fereydoon Abbasi Davani, asseguraram que a República Islâmica assumiu uma postura construtiva para o diálogo e "provou sua boa vontade em numerosas ocasiões".
A União Europeia (UE), que atua como representante do G5+1, e o Irã confirmaram ontem à noite que Istambul será sede da iminente fase negociadora e, atendendo a uma proposta prévia de Teerã, voltariam a se reunir na capital iraquiana, em uma hipotética segunda rodada.
Por seu lado, o presidente iraniano repudiou que "muitos países que buscam impedir o progresso (do programa nuclear) da República Islâmica tenham suas próprias bombas atômicas e, além disso, tenham equipado o fabricado regime sionista (Israel)" com esses arsenais.
Ahmadinejad falou neste domingo (8) à noite em um ato pelo Dia Nacional da Tecnologia Nuclear e lamentou a dupla moral que os Estados Unidos e seus aliados adotam no tema nuclear a nível mundial, pois muitos países nesta região possuem bombas atômicas, mas não são mencionados, sublinhou o presidente persa.
O Irã, que nega alegações de que busca construir arsenais desse tipo, repudiou a intransigência de Israel, cujo ministro do Interior, o ultraconservador Elía Yishai, declarou ontem como "pessoa não grata" o escritor alemão Gunter Grass por um poema que causou mal-estar.
Autoridades em Teerã asseguram que Tel Aviv mantém uma política deliberadamente ambígua sobre seus trabalhos nucleares, apesar de ter um estimado dentre 200 e 400 ogivas atômicas.
Grass, prêmio Nobel de Literatura, publicou o poema intitulado "O que deve ser dito", no qual declara o regime sionista como um perigo para a paz mundial e lhe acusa de planejar usar seu poder atômico para "extinguir o povo iraniano".
Fonte: Prensa Latina