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Protógenes Queiroz: CPIs desnudarão crime organizado no país

Nota publicada na imprensa nesta terça-feira (3) informa que a Câmara Federal terá que escolher entre Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) da Privataria Tucana e a do caso Cachoeira. Segundo a nota, ambas, que continuam paradas na Câmara, aguardando decisão de instalação exclusiva do presidente da casa, deputado Marco Maia (PT-RS), possuem alto grau de influência nas eleições municipais deste ano.

De São Paulo, Joanne Mota com agências

No entanto, devido às normas da Casa, apenas uma poderá sair ainda este ano. Visto que, o presidente Câmara já tem instalada, só em 2012, três CPIs e há uma quarta à caminho.

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Privataria Tucana

Em entrevista ao Vermelho, o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), autor dos pedidos de abertura das duas CPIs, explicou que s duas atenderam aos requisitos.

Ele lembrou que estes dois casos fazem parte de uma ação parlamentar transformadora. “Quando me deparei com estes dois temas que são superimportantes para a República, que historicamente nunca foram debatidos com a atenção devida e nem expostos para a sociedade, nem tampouco foram alvo de investigações como foi o caso das privatizações e agora recentemente a denúncia de parlamentares envolvidos no crime organizado e com corrupção, percebi a responsabilidade e o desafio que nós teríamos pela frente”.

Protógenes salientou que a CPI da Privataria Tucana, que foi objeto das privatizações realizadas na década de 1990, ganhou repercussão a partir do livro do Amaury Ribeiro Junior.

“Ao ler o livro me deparei com três operações que coordenei durante mais de 13 anos na Polícia Federal, o que me colocou à frente destes processos. Ou seja, vi que precisávamos tomar uma providência e o próximo passo foi apresentar para a sociedade o caso, pois o Brasil precisava conhecer o absurdo que foi, e é, essa privataria”.

Ele acrescentou que diante das acusações o ex-governador de São Paulo, José Serra, não deveria sequer sair candidato, já que “será investigado por fatos muito graves”.

CPI do Cachoeira

A CPI do Cachoeira, disse Protógenes, é tão grave quanto o da CPI da Privataria Tucana. “Os atores são os mesmos, o modus operandi é o mesmo, as apropriações dos recursos públicos são de grande monta como no passado. Nesse momento temos revelado todo o esquema podre realizado durante anos na República”.

O deputado reafirmou que as duas denúncias são de grande envergadura, pois batem nas estruturas dos poderes da República e na política partidária. Porém, ele admite que as negociações com os colegas de parlamento serão difíceis. “Há, sim, o risco de que fique tudo para depois das eleições”.

Ainda durante a entrevista, Protógenes destacou que a CPI do Cachoeira investigará um dos maiores escândalos deste país, Segundo ele, a indícios de envolvimento de parlamentares com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal em fevereiro deste ano.

Caso Demóstenes Torres

Na semana passada, gravações telefônicas colhidas pela Polícia Federal apontaram que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) manteve relações com o Carlinhos Cachoeira.

O senador é acusado de usar seu mandato parlamentar a serviço do crime organizado e já está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo denúncia da PR, em setembro do ano passado, Demóstenes ajudou a abrir portas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para representantes de um laboratório farmacêutico que é controlado por Cachoeira.

As gravações, cujo conteúdo foi publicado pelo jornal "O Globo", também apontam que o senador discutiu com Cachoeira um projeto de lei que transforma em crime a exploração de jogos de azar, nomeações de funcionários do Senado e o andamento de um processo judicial de interesse do empresário em Goiás.

As conversas gravadas pela PF também mostram que o senador tinha intimidade com Cachoeira. Demóstenes chamava o empresário de "professor" e era tratado como "doutor".