Alunos de pós-graduação pedem reajuste das bolsas

Alunos de pós-graduação do país paralisaram ontem parte das atividades acadêmicas e de pesquisa para reivindicar o reajuste imediato do valor das bolsas de mestrado e doutorado, congelado há quatro anos. Os acadêmicos desejam aumento de 40% nas bolsas de pesquisa.

Atualmente, um mestrando ganha R$ 1,2 mil por mês; e um doutorando, R$ 1,8 mil, das agências federais de fomento à pesquisa (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/CNPq e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/Capes).

O mestrando Roberto Antunes, da Associação de Pós-Graduandos da Universidade Federal do RS (APG-Ufrgs), explica que o pedido de reajuste leva em conta a previsão de investimentos do Plano Nacional de Ciência e Tecnologia e a inflação acumulada do período, cerca de 20%. "As pessoas não podem ter um emprego, se dedicam à pesquisa, mas o valor está defasado. Mesmo com diálogo com os ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, não houve avanços."

Ontem, houve panfletagem em faculdades e um "twittaço", para chamar a atenção da sociedade. Um abaixo-assinado já tem mais de 50 mil assinaturas a favor da causa. Em panfletos, os pós-graduandos justificam: "Estamos sendo sufocados por prazos cada vez mais curtos, exigências de publicação e maior participação em eventos, em nome de uma suposta produtividade; questionável, inclusive, por seus próprios parâmetros". A Reitoria da Ufrgs ressalta que os valores são pagos e reajustados por Capes e CNPq, cujos dirigentes não se manifestaram sobre o assunto.

Fonte: Correio do Povo