Bandeira do Estado contra crimes, Fica Vivo perde verba
Mais um corte de investimentos por parte do governo do Estado teve impacto negativo em 2011 nas ações de prevenção à criminalidade em Minas e, consequentemente, no aumento da violência no período. O prejuízo, dessa vez, admitido pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), foi de R$ 2,1 milhões no principal programa do Estado de redução de homicídios, o Fica Vivo, que oferece oficinas a jovens em aglomerados com alto índice de mortes.
Publicado 30/03/2012 14:31 | Editado 04/03/2020 16:49
O índice de atendimentos, neste ano, já se apresenta também inferior à meta traçada pelo Instituto Elo – parceiro da Seds -, que é de 14 mil jovens em atendimento nos primeiros três meses.
Prejuízos. Com o corte de 15% no projeto em 2011, um dos principais impactos foi o enfraquecimento do público. Nos 27 núcleos de atendimento espalhados pelo Estado, houve participação de 13.593 jovens, 6% a menos do que no ano anterior.
A Seds se defende e atribui a queda de adesão à inserção dos jovens no mercado de trabalho ou ao atendimento por outra política pública. No entanto, os motivos não se justificam, na opinião do sociólogo e ex-subsecretário de Defesa Social Luís Flávio Sapori, que acompanhou a implementação do programa em 2003. "O número de participantes deve sempre aumentar e, não, diminuir. A queda mostra que algo está errado na gestão".
O próprio Instituto Elo, contratado pelo Estado, admite falhas no Fica Vivo em seus relatórios trimestrais sobre o programa. Uma delas é a não ampliação das equipes técnicas e de núcleos de atendimento. "Alguns CPCs (Centros de Prevenção à Criminalidade) onde o programa atua apresentam oscilações negativas discrepantes", declarou o instituto no relatório referente a outubro, novembro e dezembro de 2011. Entre as deficiências, estão o cancelamento de oficinas e de eventos temáticos.
O outro lado
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) apresentou, em nota, as justificativas para os cortes no Fica Vivo. Confira:
Ajustes. Em função da conjuntura econômica, foi necessário realizar alguns ajustes de orçamento.
Oficinas. Nenhum Centro de Prevenção à Criminalidade foi fechado e não houve desligamento de oficinas por razões financeiras. Atendimentos oferecidos aos jovens em situação de vulnerabilidade social foram mantidos.
Retomada. A exposição de grafites e as olimpíadas, adiadas em 2011, serão retomadas em 2012.
Crescimento. Serão criados mais três centros de prevenção. A meta é atender 15,6 mil jovens até o fim deste ano.
Fonte: Site do jornal O Tempo