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"Aulão" inaugura a Caravana da UNE+10

A primeira atividade oficial da Caravana da UNE Brasil+10 levou aos estudantes da Universidade de Brasília (UnB), em Brasília, uma provocação sobre o Brasil que a juventude sonha em construir para os próximos 10 anos sob a ótica dos movimentos sociais. A atividade aconteceu na quarta-feira (28).

iliescu na Caravana UNE+10

Participaram Daniel Iliescu, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), presidindo a mesa do debate; a vice-presidente da UNE, Clarissa da Cunha; o presidente da CUT, Artur Henrique, da Central Única dos Trabalhadores (CUT); Paulo Vinícius, representante da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras (CTB); Alexandre Conceição, pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); e Cristina Castro, falando pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos e Ensino (Contee).

Daniel Iliescu iniciou a atividade prestando homenagem ao estudante desaparecido durante o período de ditadura e grande ícone do movimento estudantil, Honestino Guimarães e ao secundarista Edson Luis, outra vítima da violência e repressão da ditadura, morto em 1968.

“Esses dois estudantes lutaram por um apaís mais democrático, são grandes exemplos para o movimento estudantil e devem ser lembrados e apaludidos”, disse Daniel.

A questão do desenvolvimento do país foi destaque na pauta do debate. Pensar o desenvolvimento, mas não somente crescimento econômico, e sim desenvolvimento sustentável do ponto de vista político, social e, também, econômico foi um porto bastante discutido.

“Precisamos de um novo projeto de desenvolvimento para o país. Um projeto no qual o governo não faça nenhum tipo de pacto com o capital financeiro, para que possamos crescer soberanos”, afirmou Paulo Vinícuis.

“No congresso nacional quem está sendo representado são as grandes empresas, não os movimentos sociais. Por um projeto popular de defesa da soberania do Brasil”, completou Alexandre Conceição .

A união do movimento social para a discussão de uma agenda comum em prol de transformações sociais, a começar pela participação dos mesmos na Cúpula dos Povos e na Rio+20 foi lembrada por Arthur Henrique, da CUT: “Precisamos pensar em agenda colada para o Rio+20, por exemplo. Trabalhar a articulação dos movimentos sociais em torno de uma agenda de transformação social e mudança”.

A ampliação dos investimentos em educação foi colocado como um dos principais pilares para se atingir esse desenvolvimento sustentável. “Não há desenvolvimento nesse país se não houver profunda reforma educacional. Precisamos urgente nos desenvolver e, para isso, destinar pelo menos 10% para educação”, começou Alexandre, do MST.

“Temos que Inverter a lógica que queremos nas políticas públicas, queremos mais investimentos em educação, PNE e 10% do PIB pra educação e 50% do fundo social do pré-sal para educação, para erradicar o analfabetismo no país.”, continuou Arthur, também reforçando a importância das bandeiras de luta nacionais da UNE.

Cristina Castro convocou os estudantes a caminharem lado a lado com as centrais sindicais. “A contribuição de vocês é imprescindível para o movimento sindical, para que possamos renovar o movimento. Fica aqui uma conclamação a todos os estudantes para que se envolvam no movimento sindical, que também é um instrumento de luta da sociedade. Façamos noós com nossas mãos aquilo que nos diz respeito, e o que nos diz respeito é lutar por um Brasil mais democrático e soberano”, concluiu.

Homenagem

Como não poderia ser diferente, o debate começou e terminou com homenagens à Honestino Guimarães. Mateus Guimarães, sobrinho de Honestino, presente no debate, falou aos participantes.

“Aqui temos os movimentos sociais unidos, o que representa a possibilidade de cada vez mais mudanças”, começou. Mateus terminou sua fala recitando um poema de Honestino: “Se não achar meu caminho, basta querer procurá-lo de coração”.

Daqui pra frente, Caravana UNE Brasil+10!

Fonte: UNE