Reconhecimento amplo e plural do papel do PCdoB

“O reconhecimento amplo e plural do papel do PCdoB na luta por um Brasil democrático e soberano”, destacou o deputado Luciano Siqueira ao comentar no Facebook a sessão solene realizada pelo Congresso Nacional na tarde/noite desta segunda-feira (26) para homenagear aos 90 anos de fundação da mais antiga legenda partidária em atividade no Brasil. Além de Luciano, diversos dirigentes do partido em Pernambuco, como Alanir Cardoso, José Bertotti, Marcelino Granja, o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, e a deputada Luciana Santos participaram da solenidade. O Plenário e as galerias do Senado ficaram lotados de militantes e amigos do partido.

Para homenagear o PCdoB, ocuparam a tribuna o presidente do Senado, José Sarney (PMDB); a vice-presidente da Câmara dos Deputados, deputada Rose de Freitas. Pelo PCdoB, discursaram o senador Inácio Arruda (CE); o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o presidente do partido, Renato Rabelo, e a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT), bem como o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) e o governador Eduardo Campos (PSB).

Logo após a abertura da sessão especial e do discurso de José Sarney, o Plenário do Congresso assistiu, de pé e emocionado, à execução do Hino da Internacional Comunista.

Além de Sarney, compuseram a Mesa a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), que co-presidiu a sessão; o presidente do PCdoB, Renato Rabelo; o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE); o deputado Osmar Júnior (PCdoB-PI), primeiro signatário para a realização da homenagem; a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM); a líder do partido na Câmara, deputada Luciana Santos (PCdoB-PE); a ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti; o ministro do Esporte, Aldo Rebelo; o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).

Papel do PCdoB


Renato Rabelo fala na tribuna do Senado

Em seu discurso, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rebelo, lembrou a luta dos militantes pelos princípios socialistas e a presença do partido em diversos momentos importantes da história da República. Ele também destacou o papel do partido para a coalizão que sustenta o governo federal desde 2003.

Também presente à homenagem, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), agradeceu aos militantes do PCdoB a solidariedade prestada em muitos momentos históricos ao seu partido. Segundo ele, poucas agremiações no mundo têm, como o PCdoB, uma “história marcada por vitórias e dor”, na qual o interesse nacional sempre foi prioridade.


À direita, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos

O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, destacou a característica do PCdoB de estar sempre integrado aos conflitos, aos desequilíbrios e às lutas econômicas, políticas e culturais da sociedade brasileira. Ele lembrou também o elevado tributo que o partido pagou pelo seu apreço à liberdade, pela sua fidelidade às lutas pelas transformações sociais e pela sua lealdade aos interesses legítimos da construção de um país soberano e livre.

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) fez um relato da história do partido, recordando que foi na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o deputado Aldo Rebelo, no comando da Câmara dos Deputados, assumiu a presidência da República interinamente, sendo o primeiro comunista na historia do país a ocupar o cargo.


Senador Inácio Arruda (à direita, em pé)

História e compromissos

Para a deputada Rose de Freitas, “o PCdoB é mais do que uma legenda ou uma sigla, é uma história de afirmação, de ideais de consolidação de uma proposta, de um sonho político que alimentou todos nós”, disse. A 1ª vice-presidente da Câmara ressaltou ainda que a evolução do partido foi acidentada, sendo marcada pela perseguição dos governos ao longo de décadas, com muitos quadros da agremiação encarcerados, exilados ou postos na clandestinidade.

Na avaliação de Ideli Salvatti, o Brasil tem muitos compromissos com a militância do PCdoB, sendo o principal deles a localização dos corpos dos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia, na década de 1970.


Ministra Ideli Salvatti

Já a senadora Ana Amélia (PP-RS) reiterou que foi Sarney quem recebeu os lideres comunistas, em 1985, em ato simbólico no Palácio do Planalto, quando anunciou que todos os partidos proscritos estavam legalizados a partir daquele momento. A medida, segundo ela, encerrou um período difícil da vida nacional e serviu para consolidar a redemocratização.

Para o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) o PCdoB, além de mais antiga agremiação política em atividade no Brasil, é também um dos partidos mais coerentes e fortes do país. Renan ressaltou que, ao longo destes 90 anos, a legenda manteve inalterada duas de suas características fundamentais: a busca pela justiça social e a capacidade de dialogar com os mais diversos segmentos da sociedade e da política.

Por sua vez, o senador Anibal Diniz (PT-AC) elogiou a dedicação insuperável do PCdoB às melhores causas do país, como a distribuição de renda, a reforma agrária, a melhoria de condições de vida da população e as liberdades democráticas. Anibal Diniz fez ainda um agradecimento especial aos comunistas do Acre, na pessoa da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB).

Para o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), o PCdoB é um exemplo de coerência e consistência política no programa partidário brasileiro. Ele disse que, mesmo que não se concorde com a sua ideologia ou a forma com que atuou em alguns momentos históricos, é preciso reconhecer que a existência do partido e a sua atuação enriqueceram a política do Brasil.

Última oradora da sessão, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) disse esperar que o PCdoB continue a ter grande participação na vida política nacional, como fez ao longo de sua história. “Estou certa de que o partido manterá sua inconformidade com as injustiças, com a exploração do homem pelo homem, com todos os tipos possíveis de manifestação de racismo e com a discriminação odiosa das mulheres – disse.

Os 90 anos do PCdoB também foram saudados pelos deputados Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), Paes Landim (PTB-PI) e Sandra Rosado (PSB-RN).

Do site de Siqueira, com informações da Agência Senado