Messias projeta Brasília com bem-estar e desenvolvimento
O administrador de Brasília, José Messias de Souza, em entrevista ao Vermelho-DF, falou que suas prioridades são o desenvolvimento econômico, a otimização do trânsito e a democratização do acesso ao Lago Paranoá.
Publicado 22/03/2012 16:18 | Editado 04/03/2020 16:41
Em janeiro de 2010, quando tomou posse no cargo, encontrou a administração desestruturada, com um déficit de pessoal muito grande, sobretudo nas áreas técnicas, devido ao esquema de corrupção no governo Arruda, que foi desbaratado pela Polícia Federal. Muitos empregados da estrutura de cargos da administração foram demitidos e isso fez com que houvesse uma necessidade de reestruturação da casa antes de começar, efetivamente, sua administração.
Desenvolvimento econômico
Messias explica que Brasília vive o auge na construção civil e precisa ser reformulada do ponto de vista dos seus espaços, que foram divididos em setores muito rígidos quanto à sua utilização, e a tecnologia dos novos tempos trazem novas necessidades. Existem setores que não foram construídos como, por exemplo, o noroeste e a cidade digital, que fazem parte do projeto originário. O Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) vai consolidar os gabaritos, o potencial construtivo de cada área e o problema dos usos. Vai reavaliar e ampliar os usos desses espaços para que a cidade incorpore novas atividades.
Na opinião de Messias, o Setor de Indústria Gráfica está defasado. Não há necessidade de uma área tão grande para uma atividade que não demanda hoje em dia tanto espaço. A constitucionalidade dos famosos puxadinhos, na Justiça, foi considerada um êxito importante da atual gestão, pois possibilita a expansão de prédios na Asa Sul. Está resultando numa demanda gigantesca para apreciação pela Administração, o que torna as áreas de licenciamento prioridade para estimular o desenvolvimento econômico da cidade. indústria da construção, comércio e empreendimentos são a base desse desenvolvimento.
Trânsito
Melhorar o trânsito e amenizar seus impactos diários na vida dos brasilienses também é prioridade da Administração de Brasília. Messias considera que a construção do centro administrativo entre Taguatinga e Samambaia será um grande passo. Este projeto visa a desobstrução do trânsito, pois não há necessidade de que mais de um milhão de pessoas venham trabalhar no Plano Piloto, em atividades que podem ser desenvolvidas em outro lugar. Servidores públicos de Taguatinga, Ceilândia poderão trabalhar nos lugares em que vivem, desafogando o trânsito. O administrador argumenta que a cidade funciona por espasmo, com picos de movimento intenso de entrada e de saída. Em decorrência, as estruturas de transportes ficam ociosas grande parte do dia, causando problemas de estacionamento com uma grande quantidade de ônibus parados.
Outros dois projetos em curso são a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT ) e do Veículo Leve sobre Pneus (VLP). O VLT enfrenta problemas de natureza jurídica,e que estão sendo resolvidos. O VLP vai atender, inicialmente, a população que oriunda de Santa Maria, Gama e região e as obras já estão em andamento. Trata-se de um comboio de ônibus alongados com um potencial de transporte muito maior transitando num corredor especifico para este tipo de transporte.
“O trânsito de Brasília esta chegando ao limite e não podemos esperar que a marcha de ingresso de 100 mil carros por ano continue nessa insensatez, a cidade não comporta. E isso tem que ser mitigado com a intensificação do transporte coletivo, com a interligação de vários modais”, afirma Messias. Corredores exclusivos para dar mais agilidade e fluidez já estão sendo feitos. Um trem utilizará a velha linha férrea, partindo de Luziânia com adaptação de um trem de passageiro mais moderno que vai transportar muita gente do entorno. Começou, também, neste ano, a construção de ciclovias. A administração quer estimular a população a utilizar alternativas de transporte com qualidade de vida.
Acesso às margens do Lago Paranoá.
As margens do lago Paranoá, historicamente, sempre foram ocupadas por clubes, do lado de Brasília, e por mansões do lado dos lagos Norte e Sul. Agora, a intenção é democratizar o acesso, para que toda a população possa utilizar o Lago para o lazer. Foram feitas duas grandes obras, uma ao lado da Ponte JK. onde foram construídos restaurantes. e outra na Asa Norte, próxima à ponte do Bragueto, com um píer de 800 metros. Está sendo repensada a revitalização da região da Concha Acústica, para fazer calçadões para acesso público, sem afetar a área ambiental.
Igor Dantas Rodrigues da Cunha, para o Vermelho-DF