Cristina Kirchner defende desmilitarização da América do Sul
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, defendeu nesta terça-feira (20) que sejam feitos esforços para que a América do Sul e o Atlântico Sul se transformem em uma região totalmente desmilitarizada.
Publicado 21/03/2012 03:15
Cristina fez o chamamento perante participantes do 1º Encontro Latino-americano de Telecomunicações, Cultura e Inclusão Digital Pátria Grande Conectada, e depois de manifestar seu orgulho pela atitude do governo e o povo peruanos.
A chefe de Estado da Argentina fazia alusão à decisão do Executivo peruano de tornar sem efeito, por razões de solidariedade latino-americana com "os legítimos direitos da Argentina sobre as Ilhas Malvinas", a visita que uma fragata de guerra britânica faria esta semana à base naval de El Callao.
A mandatária instou igualmente a defender os recursos naturais da região e insistiu que "não queremos problemas de guerras; as grandes potências já militarizaram bastante o mundo. Queremos ter tudo isso bem longe de nós e fazer esforços para consegui-lo".
Mais de cem organizações sociais e políticas latino-americanas e caribenhas desenvolvem na região a Campanha pela Desmilitarização das Américas e pelo fechamento de todas as bases militares estrangeiras. A campanha toma posição também contra a 4ª Frota da Marinha de Guerra dos Estados Unidos e se solidariza com todos os povos e países agredidos ou ameaçados de agressão pelo imperialismo estadunidense, a Otan e seus aliados.
Cristina Kirchner encabeçou um ato no prédio da Tecnópolis, sede do encontro regional, no qual entregou o decodificador de Televisão Digital Aberta (TDA) de número 1 milhão e participou da assinatura de um acordo de cooperação em matéria de comunicações com a Venezuela.
Em seu discurso disse que a TDA é "uma maravilha" e sustentou que se trata de uma televisão democrática, popular, aberta e gratuita, que em meados de 2013 chegará a 95% da população argentina.
Referindo-se ao convênio entre a empresa argentina Arsat e a venezuelana CanTV, disse que isto também faz parte do processo de integração Sul-Sul e inclui não só a venda de antenas e decodificadores, mas também transferência de tecnologia.
Cristina Kirchner manteve ainda um animado diálogo por meio de teleconferência com seu colega venezuelano, Hugo Chávez, que agradeceu a colaboração da Argentina a seu país no âmbito das comunicações.
Chávez recordou que na Venezuela a conectividade estava limitada às classes mais ricas e, fundamentalmente, à região norte do país.
Contudo, de 2007 até agora o número de quilômetros de fibra ótica instalada passou de 7. 737 a 11.481, abarcando regiões do centro, do oeste e do sul da nação.
"No final de 2012, esperamos contar já com 16 mil quilômetros, com o que em apenas cinco anos teremos duplicado a conectividade", disse.
Chávez se referiu também à instalação de um anel de fibra ótica entre a Argentina e a Venezuela que – assegurou – dará "mais soberania, segurança e permitirá impulsionar nossos próprios conteúdos".
Da redação do Vermelho com informações de Prensa Latina