Síria denuncia apoio que terroristas recebem do exterior
A Chancelaria síria denunciou o apoio que os terroristas recebem do exterior na sua ação armada contra o país, o que constitui uma flagrante violação da Carta das Nações Unidas e das leis internacionais, segundo enfatizou o governo de Damasco.
Publicado 20/03/2012 17:41
Os meios de comunicação nacionais divulgaram nesta terça-feira (20) em Damasco uma mensagem que o Ministério do Exterior enviou ao Conselho de Segurança e ao secretário geral da ONU, à Organização de Países Islâmicos, ao Conselho de Direitos Humanos e à alta comissaria para os Direitos Humanos sobre os letais atos terroristas do fim de semana em Damasco e Aleppo .
A Chancelaria denuncia que os ataques com carros bombas na manhã do sábado (17) em Damasco foram dirigidos contra subúrbios tranquilos e estáveis e provocaram a morte de 27 pessoas e ferimentos a 140, e vários ainda estão em estado crítico.
Informa também que o atentado na cidade de Aleppo, a 335 quilômetros ao norte de Damasco, "veio a completar o sangrento plano executado pelos terroristas e aqueles que os apoiam com dinheiro e armas", condenou a Chancelaria síria.
Um quarto carro bomba explodiu com os dois indivíduos que o conduziam para Damasco sem provocar outras vítimas na saída do bairro de Yarmouk, na periferia da cidade, no que foi indicado como o terceiro atentado contra um objetivo da capital no sábado.
Com os ataques de sábado e domingo vão a nove os atos terroristas deste tipo, oito deles com carros bombas, desde os dois primeiros em Damasco no dia 23 de dezembro de 2011, que deixou 328 mortos e 657 feridos, enormes danos materiais e o impacto de terror.
A declaração repudia os atos de terror, apoiados por "partes regionais e internacionais" com o fornecimento de armamento e dinheiro, e que constituem uma flagrante violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e outras convenções sobre a luta contra o terrorismo.
A chancelaria lembra também que os atentados ocorreram depois que milhões de sírios foram às ruas de todo o país na quinta-feira (15 de dezembro) para manifestar seu apoio ao processo de reformas iniciado no começo dos problemas no passado ano.
E também depois que o enviado especial da ONU, Kofi Annan, iniciou sua missão diplomática para tratar de conseguir uma solução política sem interferência estrangeira depois que a Síria aceitou sua missão enquanto a oposição no estrangeiro a recusou.
Reformas prosseguem
Todo cidadão sírio interessado em candidatar-se a deputado da Assembleia do Povo (Parlamento) nas eleições legislativas de 7 de maio tem tempo para apresentar sua candidatura, assegurou hoje o responsável por estes preparativos.
O ministro adjunto do Interior para Assuntos Civis, general Hasan Jalali, informou que ainda está distribuindo a documentação àqueles que desejam candidatar-se e aspirar a um assento no Parlamento.
Por decreto, Al-Assad estendeu por mais uma semana o período para o registro de candidatos à Assembleia do Povo, até a quarta-feira 28 de março.
Jalali explicou que os interessados poderão recolher as planilhas isentos de pagamento, não importa onde se apresentem.
Jalali também explicou que a Direção de Assuntos Civis continua distribuindo cartões de identidade aos solicitantes, com entrega o mais rápido possível a partir da solicitação, a fim de que todo eleitor habilitado possa participar das eleições de 7 de maio.
Neste sentido, indicou, que os estrangeiros que receberam cidadania síria têm direito de votar nas eleições legislativas e também apresentarem-se como candidatos.
Também informou que 69.014 dos 105.631 estrangeiros na província de Hasaka, no norte do país a cerca de 595 quilômetros de Damasco, já receberam seus cartões de identidade, e são processadas as demais solicitações.
São pessoas de origem curda procedentes principalmente da Turquia e do Iraque, que compõem a maior minoria na Síria, equivalente a 9% da população geral de aproximadamente 23,5 milhões.
As outras comunidades minoritárias são assírios, armênios, turcos e circassianos, enquanto quase 90% dos habitantes são árabes.
A maioria dos curdos na Síria são muçulmanos sunitas, mas também há curdos cristãos e alauíes. O maior número está concentrado na norte Hasaka, porém estão presentes também em Damasco e mas portuárias cidades de Tartous e Lattakia.
Estas eleições de 7 de maio serão pluripartidárias e serão efetuadas sob os preceitos pluralistas da nova Constituição aprovada em referendo pela população no último dia 22 de fevereiro.
Também por decreto presidencial, a nova legislatura será composta por 250 deputados, deles 127 deverão ser camponeses e operários e os demais 123 de outros setores da sociedade, de comerciantes a intelectuais.
Fonte: Prensa Latina