Isenção do IOF fortalece exportações do país
Em decreto publicado nesta sexta-feira (16), pelo Diário Oficial da União, o governo anunciou que tomará medidas para desonerar as exportações e socorrer o setor que enfrenta cada vez mais dificuldades diante da crise internacional.
Da Redação do Vermelho, Joanne Mota com informações da Agência Brasil
Publicado 16/03/2012 16:39
De acordo como Decreto, as operações de hedge cambial com derivativos realizadas pelos exportadores ficam isentas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Em nota, o governo esclareceu que esta não foi a primeira medida tomada para proteger o real. Em março, já havia tomado medidas que elevaram o valor do dólar no mercado interno a patamares próximos a R$ 1,80.
A moeda norte-americana vinha se desvalorizando em relação ao real desde o início da crise internacional com prejuízos para os exportadores brasileiros e os juros altos também colaboram para reduzir as importações.
O assessor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), da Subseção da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos da Força Sindical (CNTM), Roberto Anacleto, disse ao Vermelho que a redução dos juros torna-se uma ação fundamental para inibir a valorização do dólar.
“Os juros altos constroem o cenário favorável para entrada de capitais especulativos. Um exemplo: muitos investidores preferem investir em títulos do governo, do que no setor produtivo, isso inibe nossas exportações e o crescimento da indústria. Então, entre investir em uma fábrica e em tecnologia, por exemplo, e lucrar com os juros, os especuladores ficam com a segunda opção, o que inviabiliza um real desenvolvimento do país”, elucida o economista.
Segundo ele, com o real valorizado tem-se a elevação do preço dos produtos nacionais que acabam em desvantagem ante os produtos estrangeiros no mercado interno e no exterior. Desse modo, “fica claro que para se pensar em um projeto de desenvolvimento nacional com fortalecimento da indústria, da economia e do emprego é necessário reduzir o percentual desta taxa e incentivar o investimento interno”, afirma.
Além disso, o economista lembra que é preciso levar em consideração os fatores externos, como a crise financeira, “que não é nossa e nem foi começada por nós, mas que estimula um processo de transferência de investimentos e desacelera nossa economia”.