Com painéis solares, Inpe garante atividade de base na Antártica
Uma equipe do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) vai instalar na próxima semana painéis solares e baterias na instrumentação meteorológica na Estação Comandante Ferraz, na Antártica, em área não atingida pelo incêndio de fevereiro. A ação permitirá que o Brasil mantenha em funcionamento alguma atividade até que a base seja reconstruída.
Publicado 16/03/2012 12:29
A equipe técnica do Inpe também vai avaliar as condições dos módulos e equipamentos do instituto, praticamente os únicos a não serem atingidos pelo fogo. Alguns instrumentos que fazem medidas sobre a camada de ozônio, ondas de gravidade e outros parâmetros da alta atmosfera serão transferidos e instalados em bases de outros países que mantêm cooperação com o Brasil.
Os laboratórios do Inpe, instalados em módulos próximos, mas não contíguos às demais instalações da estação brasileira, chegaram a servir de abrigo aos cientistas durante o incêndio. Batizado de Meteoro, o módulo de meteorologia fica ao lado do Ozônio, que contém instrumentos para estudos da camada que envolve a Terra. Também há o Ionosfera, que fica a cerca de 300m da estação, e o módulo Alta Atmosfera, situado há aproximadamente um quilômetro de distância.
No momento do acidente, os especialistas do Inpe José Roberto Chagas e José Valentin Bageston estavam em Ferraz preparando a instrumentação para as medições durante o inverno. Não houve tempo de concluir as atividades de manutenção e calibração dos sensores, tampouco proteger os equipamentos, que ficaram sem energia, prejudicando estudos que necessitam de dados contínuos.
Pioneiro no programa
Os dados de meteorologia têm a série histórica mais longa, com medidas tomadas desde o verão de 1984-1985. É para dar continuidade a essas informações que novos equipamentos para alimentação elétrica do sistema seguirão para a Antártica.
Como pioneiro do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), o Inpe promove pesquisas destinadas a entender desde a relação Sol-Terra, até as conexões entre o continente gelado e demais partes do planeta, passando por estudos da ionosfera e da dinâmica da atmosfera, camada de ozônio e radiação ultravioleta.
Além das pesquisas baseadas na estação, o Inpe realiza estudos oceanográficos e de interação oceano-atmosfera com o apoio de navios e, desde janeiro, apoia a manutenção e a transferência de dados do módulo Criosfera, instalado no interior da Antártica, a cerca de 500km do Polo Sul geográfico.
De Brasília
Com informações do Inpe