Terras raras: China defende seus recursos e o meio ambiente
O Ministério de Comércio da China anunciou, dia 13, abordará apropriadamente e de acordo com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) as queixas sobre o comércio das terras raras, apresentadas naquele dia pela União Europeia. EUA e Japão.
Publicado 14/03/2012 19:03
As queixas foram feitas formalmente perante a OMC contra as restrições chinesas às exportações de matérias primas, incluindo elementos de terras raras, tungstênio e molibdênio. Os três países afirmam que a restrição de exportações pela China dá-lhe uma vantagem competitiva e prejudica os produtores e consumidores em outras partes do mundo. Os três países pedem consultas para solucionar a disputa com a China – que poderá ser enviada para um painel da OMC que poderá emitir uma decisão caso as partes não cheguem a um acordo em 60 dias.
Antes disso, diz o comunicado, “China tem mantido comunicação e contato constantes com os países correspondentes a respeito de sua política de exportação de produtos de matérias primas e frisou, repetidas vezes, que a política destina-se a proteger os recursos e o meio ambiente e a conseguir um desenvolvimento sustentável”. Disse também que o país não tem nenhuma intensão de proteger as indústrias locais, distorcendo o comércio exterior,
O ministro de Indústria e Tecnologia da Informação, Miao Wei, disse por sua vez que a China prepara-se ativamente para defender-se, e lamentou a decisão daqueles países de recorrem à OMC.
Maiores reservas mundiais
A China tem reservas abundantes de metais de terras raras, um grupo de 17 elementos vitais para a fabricação de produtos de alta tecnologia como telefones celulares, turbinas eólicas, baterias para automóveis elétricos e mísseis. O país é responsável pelo fornecimento de 90% dos produtos de terras raras consumido pelo mercado global, embora suas reservas representem apenas um terço do total mundial. E a extração desordenada de terras raras tem provocado danos ambientais nas regiões da China onde elas ocorrem. Segundo o ministro Miao Wei, as reservas de alguns metais de terras raras durarão apenas 20 anos caso a China não controle sua extração excessiva.
Com o objetivo de controlar o dano ambiental e proteger os recursos, a China suspendeu a emissão de novas licenças para sua exportação e para a extração de terras raras, impondo máximos de produção e cotas de exportação; além disso, anunciou padrões ambientais mais rigorosos para a produção de terras raras.
Miao destacou que a restrição à exportação de terras raras chinesas não está dirigida contra nenhum país em particular nem é uma espécie de protecionismo comercial. “A política foi elaborada a partir da preocupação com o meio ambiente e o uso e desenvolvimento sustentável dos recursos”.
Com informações da agência Xinhua