China e Rússia fortalecem seus exércitos… por quê?
Os dois países divulgaram essa informação no último final de semana, dias 3 e 4 de março. A China decidiu aumentar seu poderio militar em 11,2%, o que representa um investimento superior a 106.400 milhões de dólares. Segundo Li Zhaoxing, porta-voz do Parlamento, a proposta é equiparar o desenvolvimento econômico ao militar, porém sem intenções bélicas, mas pacíficas.
Publicado 06/03/2012 16:28
Os dois países divulgaram essa informação no último final de semana, dias 3 e 4 de março. A China decidiu aumentar seu poderio militar em 11,2%, o que representa um investimento superior a 106.400 milhões de dólares. Segundo Li Zhaoxing, porta-voz do Parlamento, a proposta é equiparar o desenvolvimento econômico ao militar, porém sem intenções bélicas, mas pacíficas.
Já na Rússia, em um dos artigos do seu programa político, o presidente eleito, Vladimir Putin, anunciou una estratégia militar para até 2020, com custo superior a 700 bilhões de dólares, o que reforçaria extraordinariamente o atual exército do país euasiático.
Putin declarou, para dar um exemplo, que existem centenas de equipes aeroespaciais com capacidade militar, são mais de mil helicópteros e 600 aviões, entre eles, alguns de quinta geração, 400 mísseis intercontinentais e uma maior capacitação nuclear. Esses números mostram que o exército russo é pujante.
Por que aumentar os gatos militares? Quais são as ameaças à soberania nacional detectadas por Mocou e Pequim? Tanto Rússia quanto China são economias emergentes que, com seu desenvolvimento, colocam em xeque os pilares do poderio estadunidense. Até 2030, a China desalojará a economia militar do atual primeiro lugar no ranking mundial, enquanto a Rússsia terá construído uma indústria militar competitiva diante do todo poderoso complexo militar industrial de Washington. Não por acaso, os documentos militares do Pentágono assinalam os dois países como os grandes inimigos no final do caminho.
Tendo esse fato em vista, quando se analisa a longo a prazo os movimentos de Washington e da Otan, pode-se observar como eles objetivam refrear os avanços chineses e russos, além de tentar destruir uma aliança quase natural entre esses dois países, que tem origem na existência de interesses comuns. Por um lado, ainda persiste a construção do escudo antimísseis na Europa Oriental e por outro avança o cerco pelo lado asiático, onde a Rússia tem a maioria de suas fronteiras e o território chinês pode estender limites naturais.
As ameaças contra Síria e Irã se relacionam com esse objetivo, intentam desestabilizar as duas nações com conflitos internos que são semeados fora e que acabam por justificar a entrada de tropas da Otan, europeias e estadunidenses. Este é um dos motivos dos vetos da China e Rússia a qualquer sanção contra Síria.
Preparar-se para ameaças diretas à soberania ou aos interesses de um país é uma atitude sensata. Sobre o que se fala em Washington? Desde os primeiros meses do governo Barack Obama se fala sobre o poder inteligente, uma estratégia imperialista com o fim de manter a hegemonia mundial dos Estados Unidos. Recentemente, foi criado o conceito de defesa inteligente, baseada em mais espionagem, o uso da internet e da robótica, para aumentar a presença militar na Ásia.
Fonte: Cubadebate