Após alta de 7,5% em 2010, PIB cresce apenas 2,7% em 2011
O Produto Interno Bruto (PIB) — que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país — cresceu 2,7% em 2011 em relação ao ano anterior, totalizando R$ 4,143 trilhões. O dado foi divulgado nesta terça (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o IBGE, o PIB de 2010 havia crescido 7,5%.
Publicado 06/03/2012 09:48
Sob a ótica da produção, o destaque do PIB em 2011 foi a agropecuária, que cresceu 3,9%. Os demais setores também apresentaram expansão: indústria (1,6%) e serviços (2,7%). Isso também ocorreu com o PIB sob a ótica da demanda, com crescimento no consumo das famílias (4,1%), no consumo do governo (1,9%) e na formação bruta de capital fixo, isto é, nos investimentos (4,7%).
Avaliando apenas o quarto trimestre de 2011, houve expansão de 0,3% em relação ao trimestre anterior e de 1,4% em relação ao último trimestre de 2010.
No último boletim “Economia Brasileira em Perspectiva”, divulgado em fevereiro, o Ministério da Fazenda ainda estimativa um PIB de 3,2% para o ano passado, enquanto o relatório de inflação do BC de dezembro reduziu a projeção anterior para o PIB de 3,5% pra 3%. Para este ano, a estimativa oficial do governo é de uma expansão do PIB de 4,5%.
A forte desaceleração da economia no último ano atingiu todos os componentes do PIB, mas alguns com maior intensidade. Após crescer 7,5% em 2010, o governo e o Banco Central (BC) tomaram medidas para resfriar a demanda interna, com aumento da taxa básica de juros e aperto dos gastos públicos, por exemplo.
Pelo lado da demanda, o investimento, que costuma ter comportamento bastante pró-cíclico, foi o componente que mais perdeu fôlego ao longo de 2011, segundo os dados divulgados hoje pelo IBGE, pois havia registrado aumento expressivo de 21,3% em 2010. No consumo das famílias, o ritmo de 2011 também foi menor do que o do ano anterior, mas a queda foi menos intensa, pois esse segmento da demanda havia crescido 6,9% em 2010, abaixo da taxa média da economia.
Pelo lado da oferta, a indústria, pressionada também pelo real valorizado e pelo aumento da concorrência com importados, foi o que mais sentiu o peso das ações de política monetária e também a concorrência dos importados – em 2010, seu crescimento chegou a 10,4% em relação a 2009. O setor de serviços também desacelerou ao longo do ano passado, mas se provou mais resiliente, pois havia encerrado 2010 com alta de 5,5%.