Índia realiza sua maior greve desde a independência
Milhões de trabalhadores do setor privado e funcionários públicos da Índia iniciaram nesta terça-feira (28) uma greve que, segundo os dirigentes dos principais sindicatos, é a maior realizada no país desde a independência, em 1947.
Publicado 28/02/2012 05:21
A paralisação afeta setores chaves da economia como transporte e telecomunicações, indústria manufatureira, bancos, mineração e metalurgia, atividade portuária e serviços postais.
Entre as principais demandas figuram o fim da terceirização, a emenda à lei do salário mínimo, o registro obrigatório dos sindicatos em um prazo de 45 dias, entre outras.
Também, a criação de redes de seguridade social universal para os trabalhadores do setor informal mediante a criação de um fundo nacional de seguridade social, a aplicação das leis trabalhistas básicas, e a adoção de medidas contra as pessoas jurídicas o físicas que violem as leis trabalhistas.
As correntes sindicais de todos os principais partidos políticos apóiam a greve, assinalou a agência de noticias IANS.
Há poucos dias, o Partido Comunista da Índia (Marxista) denunciou que o número de desempregados no país aumentou a um ritmo galopante no ano passado enquanto o número de pessoas com fortunas avaliadas em 10 bilhões de dólares chegou a 55, contra nove há 20 anos.
Segundo dados oficiais, na Índia o número de milionários passa de um milhão, ao passo que cerca de 400 milhões de cidadãos vivem com menos de dois dólares ao dia, a despeito dos êxitos macroeconômicos que o gigante asiático exibe.
Organizações sindicais e de defesa dos direitos calculam que mais de 256 mil agricultores indianos se suicidaram de 1995 até os dias de hoje, levados à ruína pelas políticas neoliberais.
Na segunda-feira (27), o primeiro-ministro Manmohan Singh e o ministro do Trabalho, Mallikarjun Kharge, chamaram em vão os tabalhadores a suspoender a greve e a resolver os problemas na mesa de negociações.
Prensa Latina