Governo japonês ocultou os perigos nucleares de Fukushima
Uma investigação especial revelou hoje que o governo japonês ocultou informação sobre o perigo do desastre da planta nuclear de Fukushima, tanto de sua população como da comunidade internacional.
Publicado 28/02/2012 18:00
De acordo com a Fundação Iniciativa para Reconstruir o Japão, os dirigentes do executivo minimizaram os riscos sobre as fusões do núcleo dos reatores durante março de 2011 na planta nuclear Fukushima Dai-ichi, depois de um destruidor terremoto e um maremoto no dia 11 do mesmo mês.
O estudo, publicado nesta capital e encomendado pelo então premiê Naoto Kan, considera que esta interferência nos trabalhos de Tóquio Electric Power (TEPCO), proprietária da planta, "só causou uma confusão desnecessária e aumentou o risco de agravar a situação".
O reporte, recopilado durante seis meses com base em entrevistas feitas com mais de 300 pessoas, comunica que o governo chegou a considerar, por um momento, a possibilidade da destruição de Tóquio depois das explosões nucleares consecutivas ao acidente da central nuclear.
O porta-voz do governo nesse momento Jukio Edano disse aos pesquisadores: que "pensou em uma sucessão de fatos diabólicos" na qual os reatores nucleares teriam explodido um depois do outro. "Se isso tivesse acontecido, seria o fim de Tóquio".
Em outra parte o documento com mais de 400 páginas valoriza a atuação do ex-chefe de governo Naoto Kan e afirma que causou uma "confusão desnecessária" que pode "agravar a situação".
Esse painel de seis exspecialistas, encabeçados pelo presidente da Comissão japonesa de Energia Atômica, Shunsuke Kondo, entrevistou membros de seu gabinete e servidores públicos do Governo para compilar o relatório.
Como exemplo destas intervenções diretas de Kan e sua equipe, que segundo os especialistas "resultaram ineficazes" para fechar a crise, cita o atraso na hora de injetar água marinha nos reatores afetados pelo tsunami .
A demora deveu-se, segundo explica o documento, ao empenho da equipe de Kan em injetar água doce em vez de salgada nas unidades de fusão afetadas pelo desastre.
O documento explica que tanto Kan como seus conselheiros desconheciam os conteúdos específicos dos manuais em caso de desastre e também o sistema criado pelo Governo para tentar prever a propagação de materiais radioativos.
Fonte: Prensa Latina