PSDB assegura desistência de Matarazzo e Covas às prévias em SP

Neste domingo, o secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo, anunciou sua desistência e o apoio a Serra. O secretário do Meio Ambiente, Bruno Covas, anunciará nesta segunda (27) a retirada de seu nome.

Aliados de Geraldo Alckmin passaram o dia tentando convencer os dirigentes do partido a adiar as prévias, para dar a Serra mais tempo para entrar no processo. Em uma reunião na noite deste domingo o governador fixou o dia 11 de março como o ideal para realizar a consulta — marcada para o dia 4.

O grupo de Alckmin diz ter reunido número de votos necessários para mudar a data. A executiva municipal do partido deve dar seu parecer final sobre a nova data da prévia nesta segunda. As prévias foram convocadas quando Serra se dizia fora do páreo. Como o prazo para inscrições acabou em fevereiro, o partido terá que encontrar agora uma maneira de incluir Serra no processo.

O candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2002 e 2010, que desde o ano passado reiterou em diversas situações que não tinha pretensões de concorrer ao pleito mudou de ideia. Serra deve formalizar ainda nesta segunda — por meio de uma carta endereçada ao PSDB — sua decisão de concorrer à Prefeitura.

Responsável por fazer o meio de campo entre os pré-candidatos tucanos, Alckmin conversou neste domingo com outros dois pré-candidatos inscritos nas prévias, o secretário de Energia, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Tripoli, mas não conseguiu convencê-los a aceitar o adiamento da consulta. Ambos disseram que não se opõem à entrada tardia de Serra nas prévias, mas resistem ao adiamento.

"Já mandei carta para eleitor e assumi compromissos", disse Tripoli, ao justificar sua posição contrária ao adiamento. Para Aníbal, mudar a data da consulta agora só serviria para "tensionar" o partido. "Serra é conhecido por todo mundo", afirmou. "De que mais tempo ele precisa?"

Kassab

O atual prefeito paulistano Gilberto Kassab (PSD) afirmou, neste sábado (25), que Serra "entendeu que devia abandonar esse projeto (de candidatura à presidência) e ele o abandonou". Segundo a Folha de S. Paulo, Kassab fazia uma vistoria na zona norte da capital paulista quando tocou no assunto.

Tão logo as primeiras notícias sobre uma possível participação de Serra na disputa foram divulgadas, Kassab — que já havia iniciado negociações com o PT para apoiar a candidatura do ex-ministro da Educação, Fernando Haddad — afirmou que não teria como não apoiar o tucano.

Apesar das contradições, o anúncio da candidatura de Serra, com o apoio do seu afilhado político Gilberto Kassab e do governador Geraldo Alckmin, é uma cartada das forças conservadoras paulistanas para manter sua hegemonia na maior cidade do Brasil.

Da redação,
com informações da Folha de S.Paulo