Sem categoria

G20 termina com ilusões e apoio ao arrocho na Europa

Após dois dias de reuniões em Los Cabos, no México, os ministros da Fazenda do G20 (grupo dos países mais ricos do mundo) anunciaram apoio às medidas adotadas pelos governos conservadores e neoliberais europeus para conter os impactos da crise econômica internacional.

Simultaneamente, eles recomendaram que é necessário reforçar essas ações para impedir a expansão da contaminação para as instituições financeiras. O mês de abril foi fixado como prazo para definição das decisões.

A posição do G20 foi anunciada em comunicado assinado por todos os participantes. O Brasil foi representado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. “No fim de março, os países da zona do euro [17, dos 27 que integram a União Europeia] farão uma avaliação sobre o reforço das suas instituições que promovem apoio financeiro”, diz o texto. “[O resultado dessa avaliação será] fundamental na decisão que o G20 tomará para canalizar maiores recursos para o Fundo Monetário Internacional (FMI)”, acrescenta o comunicado.

No próximo mês, os líderes dos países da zona do euro devem definir o reforço dos fundos de resgate e se buscarão mais ajuda do Fundo Europeu de Estabilização Financeira do Mecanismo Europeu de Estabilidade – que deverão atingir 750 bilhões de euros.

O secretário norte-americano do Tesouro, Timothy Geithner, disse que houve “importantes progressos” durante as discussões do G20, no México, ao estabelecer recomendações para os europeus receberem os empréstimos e evitar futuras crises. “Estamos assistindo a uma ampla convergência de estratégias de supervisão e transparência nos mercados de derivados”, disse ele.

O presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi, lembrou que a economia europeia começa a sinalizar o início da estabilização por meio de melhorias pontuais. “Alguns países devem registrar recessão moderada. Mas, para a maioria [dos países] da zona do euro, a situação parece estabilizar”, acrescentou.

As declarações de Draghi soam como uma piada, enquanto que a do secretário do Tesouro dos Estados Unidos como um escárnio. A convergência de que fala o representante norte-americano é a dos interesses imperialistas com os das burguesias monopolistas e financeiras, que se traduz por meio de políticas reacionárias e de direita que aplicam os governos conservadores e neoliberais contra os interesses do povo e das classes trabalhadoras.

O G20 mostra por que não se deve acalentar ilusões também com esse agrupamento. Embora em sua composição estejam países como o Brasil e a China, é um conto da carochinha supor que o G20 seja um agrupamento “progressista” e capaz de apresentar alternativas de fundo à grave crise do sistema capitalista. Pretender uma “nova arquitetura financeira” mundial, por meio da canalização de recursos dos Tesouros nacionais ao FMI e aos fundos de resgate europeus é mais uma forma de tentar salvar um sistema falido e sem perspectiva.

Da Redação, com informações da Agência Brasil