África: aposta em energias renováveis pode diminuir pobreza
Documento das Nações Unidas indica que, se não houver compromisso mais “forte” por parte dos governos e sociedade, metade da população da África sub-sahariana vai continuar sem eletricidade em 2030.
Por Joyce de Pina, da Rádio ONU em Nova York
Publicado 22/02/2012 18:01
Políticas governamentais que facilitem o investimento privado no setor da energia são cruciais para desenvolver o “enorme” potencial africano em termos de energia sustentável, de acordo com um relatório das Nações Unidas publicado em Nairobi, no Quênia, esta semana.
O documento destaca a correlação entre apostar neste tipo de energias e a redução da pobreza no continente.
Os peritos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, que redigiram o relatório, indicaram que se não existir um maior e mais forte compromisso no sentido de inverter a tendência atual, metade da população na África sub-sahariana vai continuar a viver sem electricidade em 2030.
Necessidade Crescente
O documento foi redigido para celebrar o lançamento do Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos e apresenta soluções para lidar com os problemas de acesso à energia em África, os desafios e os obstáculos.
A ONU indica que para o continente conseguir fazer face às exigências atuais dos consumidores de energia africanos, teria de aumentar em sete mil megawatts a capacidade de gerar energia anualmente.
Potencial Africano
Essa necessidade pode ser satisfeita internamente, através do potencial da energia renovável doméstica em países como Cabo Verde, Quénia, Madagáscar, Sudão ou Chade, nações que o estudo da ONU indica terem “imensos recursos” na matéria.
Por exemplo, o Banco para o Desenvolvimento Africano afirma que a Mauritânia tem um potencial em energia eólica quatro vezes superior às necessidades de consumo interno do país, enquanto o Sudão poderia produzir até 90 por cento do que necessita sem recurso a fontes de energia exteriores.
Ao acelerar o desenvolvimento e a produção de energia sustentável, os países estarão a fazer a transição para um recurso a energias eficientes inclusivas numa economia verde.
Fonte: Rádio ONU