Um milhão tomam as ruas da Espanha contra reforma trabalhista
“Se não há pão para o operário não haverá paz para o empresário”, essa foi a resposta dada à concovação da Unión General de Trabajadores (UGT) e da Confederación Sindical de Comisiones Obreras (CCOO), nesta segunda-feira (20), pelos trabalhadores espanhóis.
Publicado 21/02/2012 09:43
De acordo com informações da imprensa espanhola, foram realizadas mais de 57 manifestações na Espanha, que reuniu mais de 1 milhão em diferentes regiões em regiões do país. A mobilização tinha como foco protestar contra o que consideram ser um "retrocesso" dos direitos dos trabalhadores frente aos desejos do patronato.
Em declaração à imprensa, o secretário-geral da UGT, Cándido Méndez, disse que os trabalhadores não descartam um greve geral no país e alertou que "se o governo não muda a reforma, a mobilização popular vai aumentar".
Ele acrescentou que a segunda-feira foi tomada pelos trabalhadores e durante todo o dia as ruas das principais cidades do país encheram-se com multidões indignadas com as reformas que facilitam as demissões e reduzem as indenizações.
Dados divulgados pela imprensa dão conta de que foram mais de 500 mil participantes no protesto em Madrid, cerca de 450 mil em Barcelona, 80 mil em Valência, 100 mil em Sevilha, 70 mil em Saragoça e 50 mil em Guijón.
“Durante as passeatas era possível sentir a força dos trabalhadores, ouvir os gritos de ‘greve geral’ e também visualizar inúmeros cartazes com diversas reivindicações, como ‘teu botim é minha crise’ e ‘a educação não é despesa, é investimento’, destacou Cándido Méndez.
Falando no encerramento do 17º Congresso Nacional do Partido Popular (PP), em Sevilha (sul), o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, defendeu a necessidade de fazer mudanças para o país se adaptar a um mundo global. E declarou que reforma laboral é "justa, boa e necessária" para o país.
Ao término das manifestações, representantes sindicais e das juventudes sindicais espanholas leram um manifesto contrário a reforma aprovada pelo Governo, que foi considerada equivocada por não criar emprego e por deixar o mercado de trabalho à serviço dos empresários.
Joanne Mota com agências