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Israel não permite que médicos palestinos validem seus diplomas

O Ministério da Saúde israelense não permite que médicos formados na universidade palestina de Al Quds se apresentem a exames para validar seus diplomas, impedindo-os de exercerem sua profissão, informou nesta segunda-feira (13) o jornal Haaretz.

Os pedidos de 35 palestinos para realizar a prova (a qual pode comparecer qualquer médico que possua diploma internacional) foram negados pelo ministério israelense.

A justificativa do Ministério é que, pelo fato de a Universidade Al Quds ter uma sede em Jerusalém, cidade a qual Israel considera sua capital e cujo setororiental é reivindicado pelo povo palestino, ela não pode ser considerada estrangeira.

A parte oriental de Jerusalém foi anexada por Israel em 1981 e é considerada pelas autoridades do país como parte indivisível da cidade. Porém, a comunidade internacional não aceita esta anexação e a considera território palestino ocupado.

A Al Quds divide seus campus entre as localidades árabes de Jerusalém Oriental, Abu Dis e al Bireh. As instalações de sua faculdade de Medicina, que é considerada uma das melhores do mundo árabe, ficam em Abu Dis (fora da fronteira municipal de Jerusalém).

Em 2006, o ministério impediu que os diplomados deste centro se apresentassem às provas, decisão que foi revogada no Tribunal de Distrito de Jerusalém, após a Promotoria anunciar que os pedidos dos médicos seriam atendidos e que estes poderiam fazer os exames que permitem a prática da profissão no país.

Porém, em 2011, o caso voltou a se repetir e outros 35 médicos palestinos não conseguiram com que os tribunais obrigassem o Ministério da Saúde a permitir o exame.

O advogado do grupo, Shlomo Lecker, argumenta que, entre outras razões, autorizar os médicos é a única forma de atenuar a grave escassez desses especialistas em Jerusalém Oriental e atender os moradores árabes.

A falta de profissionais é tão grande que são frequentes as clínicas onde médicos atendem sem a autorização do ministério.

Bassel Nasser, um dos médicos afetados e que passou nos exames para exercer a medicina nos Estados Unidos, declarou ao Haaretz: "Há 199 países no mundo e 198 permitem aos graduados em minha escola exercerem sua profissão. Eu não posso fechar os escritórios que a Universidade tem em Jerusalém, o que posso fazer?".

Fonte: Ópera Mundi