Sem categoria

Patriota defende mais esforços diplomáticos na questão síria

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e a Alta Representante para Relações Exteriores e Política de Segurança da União Europeia (UE), Catherine Ashton, disseram nesta segunda (6) que esperam avanços significativos nas negociações para um acordo comercial entre Mercosul e UE. Patriota ressaltou que o bloco europeu é o principal parceiro comercial brasileiro, com a marca de quase US$ 99,3 bilhões em trocas comerciais no ano passado.

“Isso tudo nos leva a crer nas vantagens de um acordo de comércio Mercosul-União Europeia. Temos a expectativa, dos dois lados, de que 2012 seja um ano que nos permita avançar e, idealmente, poder concluir esse acordo birregional”, disse Patriota. Já a representante da UE afirmou, durante a entrevista coletiva concedida no Palácio Itamaraty, que “deve haver progressos nos próximos meses”.

Síria

Ainda durante a coletiva, Patriota ressaltou a necessidade de "esforços mediadores e diplomáticos com maior urgência" em relação à Síria. Segundo o ministro brasileiro, há 3 mil cidadãos sírio-brasileiros cuja situação está sendo “acompanhada de perto” pela Embaixada do Brasil em Damasco. Ele disse que todas as iniciativas que levem à redução da violência no país devem ser consideradas e defendeu uma participação mais ativa do secretário-geral da Organização das Nações Unidas Ban Ki-moon nesse processo.

A pressão imperialista para a saída do presidente sírio presidente Bashar Al-Assad aumentou com o fechamento da Embaixada dos Estados Unidos em Damasco nesta segunda-feira (6). “A não adoção desta resolução não significa que a violência deva aumentar nem que os esforços diplomáticos devam diminuir… A última coisa que queremos ver é uma guerra civil", afirmou Patriota.

Irã

A questão nuclear iraniana também foi discutida na reunião com a alta representante europeia, tema sobre o qual Patriota confirmou que há "diferenças" entre as posições da União Europeia e do Brasil. Potências imperialistas lideradas pelos EUA acusam o governo iraniano de desenvolver tecnologia para a produção de armas nucleares, mas Teerã nega todas as acusações. O Irã afirma que o programa tem finalidades energéticas pacíficas e medicinais.

A tensão do Irã com o Ocidente aumentou neste mês por causa da decisão dos Estados Unidos e da União Europeia de endurecer suas sanções contra Teerã, na expectativa de pressionar o governo local. "Ela (Catherine Ashton) sabe que existe uma diferença de enfoque entre o que nós preconizamos e atitudes da União Europeia. Em particular, o Brasil é contrário às sanções unilaterais", afirmou Patriota.

"O Brasil considera essencial que a questão iraniana seja abordada pela via do diálogo e da diplomacia. A última coisa que o Oriente Médio latu sensu precisa é de uma nova guerra ou intervenção militar", disse.

Brasil e Turquia mediaram um acordo com o Irã em 2010, quando o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, aceitou enviar parte de seu urânio ao exterior em troca de combustível nuclear. O acordo foi torpedeado pelos Estados Unidos e o Conselho de Segurança da ONU aplicou uma nova rodada de sanções à República Islâmica.

Com informações das agências