Pelo menos 37 deputados pretendem disputar eleições para prefeito
Lideranças de nove partidos confirmam que, até este momento, pelo menos 37 deputados manifestaram o interesse em concorrer às prefeituras nas eleições deste ano. Esse número ainda deve aumentar, já que alguns dos maiores partidos da Casa – PT, PMDB e PSD – ainda não divulgaram o levantamento dos deputados pré-candidatos às prefeituras. Os partidos que já informaram sobre os deputados candidatos foram PCdoB, PSB, Psol, PDT, PSDB, DEM, PPS, PSC e PRB.
Publicado 06/02/2012 13:41
Os deputados são pré-candidatos, ou seja, disputam dentro dos partidos ou coligações o direito de concorrer a prefeito em 7 de outubro de 2012. É o caso, por exemplo, da deputada Manuela D´Ávila (PCdoB), que disputa uma vaga de candidata a prefeita de Porto Alegre (RS) com o deputado estadual Adão Villaverde (PT) e o atual prefeito José Fortunati (PDT).
O deputado Ricardo Tripoli (PSDB) disputa uma vaga de candidato a prefeito de São Paulo com os secretários estaduais Andrea Matarazzo, Bruno Covas e José Aníbal.
Outro caso ocorre em Salvador, com uma disputa à prefeitura que atrai vários parlamentares. A deputada Alice Portugal (PCdoB) é pré-candidata à prefeitura da capital baiana junto com os também deputados Nelson Pellegrino (PT), Antonio Imbassahy (PSDB), Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), Marcos Medrado (PDT) e Márcio Marinho (PRB).
O cientista político e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Lúcio Rennó explica que, no Brasil, entre 15% e 20% dos parlamentares federais concorrem a prefeito.
Ele explica que isso ocorre por dois fatores. Primeiro, o parlamentar que disputa a prefeitura não corre o risco de perder o mandato de congressista, o que facilita a decisão de concorrer. Além disso, segundo Rennó, a preponderância do Executivo na elaboração das políticas públicas permite que o político no exercício da prefeitura de uma cidade com grande orçamento imprima a sua marca, o que não conseguiria fazer como deputado federal.
As pré-candidaturas esquentam os termômetros das eleições municipais, mas não definem o cenário da disputa, que só estará completamente decidido em 5 de julho, último dia para os partidos registrarem nos cartórios eleitorais os seus candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador. Até lá, cada partido vai definir seus candidatos, fazer alianças em torno de coligações e alguns deputados, hoje pré-candidatos, poderão desistir da disputa.
Apesar de nem todos os deputados concorrerem nas eleições de 2012, a Câmara impõe restrições a todos no uso da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar. A partir de 10 de abril deste ano, 180 dias antes do pleito, fica proibido o uso dessa verba para qualquer ação de divulgação da atividade parlamentar. A intenção é evitar o uso da máquina administrativa para fins eleitorais.
Lúcio Rennó avalia, no entanto, que essa medida não é suficiente. Para ele, o ideal seria uma reforma eleitoral que obrigasse o deputado a renunciar ao cargo para concorrer às eleições. “Antes de abril, as vantagens dos candidatos deputados são claras e relevantes. Para eles, o pontapé inicial da campanha ocorre antes e com mais ímpeto do que para os demais competidores”, critica.
De Brasília
Com Agência Câmara