Cerco à Assembleia Legislativa aumenta tensão durante greve da PM
A tensão aumentou na manhã desta segunda-feira (6/2), em Salvador, depois que homens do Exército, Força Nacional, Polícia Federal e das Companhias Independentes de Policiamento Especializado da Polícia Militar cercaram a Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), ocupada por policiais militares em greve desde o dia 31 de janeiro. A ação tem o objetivo de desocupar o prédio, conforme pedido feito pelo presidente da Casa, deputado Marcelo Nillo (PDT).
Publicado 06/02/2012 10:44 | Editado 04/03/2020 16:18
Segundo o Coronel Cunha da 6ª Região do Exército Brasileiro, 600 homens do Exército estão no local. A PM também conta com 250 homens, entre 45 da Companhia de Operações Especiais (COE), integrantes da Caatinga e Esquadrão Águia, de acordo com o coronel Gilson Santiago, diretor adjunto de comunicação da PM. O efetivo que participa da ação de desocupação colocou lonas e grades ao redor da Assembleia. A todo momento, chegam mais veículos com militares do Exército e Força Nacional. Não há informações de como será a desocupação da AL.
O clima é de tensão no local, manifestantes e parentes de policiais em greve tentam entrar no prédio, mas são impedidos pelos militares. No início da manhã, houve um princípio de confusão e homens que participam da ação de desocupação atiraram, com balas de borracha em um homem que tentou forçar a entrada. Mulheres de policiais, que também estão acampadas, fazem um cordão de isolamento na frente dos manifestantes, que estão agrupados na rampa da Assembleia. Alguns usam colete a prova de bala. Crianças parentes dos grevistas também estão na AL.
Clima tenso
O governo tomou medidas para garantir a segurança da população, mas o clima de tensão ainda persiste. Já aconteceram 92 assassinatos em Salvador nos últimos seis dias, um número muito acima da média normal na cidade. Os assaltos, saques e roubos de automóveis também aumentaram consideravelmente, o que mudou completamente a rotina das pessoas. O comércio fecha mais cedo, as escolas suspenderam as aulas e muita gente deixou de sair de casa no final de semana.
O trânsito também está parado nesta manhã, com caminhões e ônibus atravessados em vários pontos da cidade. As ações, semelhantes às realizadas nos primeiros dias da greve, são realizadas por homens armados que roubam os veículos e os atravessam nas vias mais movimentadas para causar um tumulto ainda maior na cidade.
O governo do estado tem adotado uma série de medidas. Além da convocação da Força de Segurança Nacional, o governador Jaques Wagner, tenta uma negociação com os representantes dos policiais, mas não chegaram a um acordo. Um efetivo do Exército está nas ruas de Salvador e das principais cidades do interior, tentando garantir tranquilidade à população.
De Salvador,
Eliane Costa com agências.