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Obama aposta na recuperação e quer que Congresso não atrapalhe

O presidente americano, Barack Obama, comemorou nesta sexta-feira, 3, o comportamento do mercado de trabalho em janeiro e pediu ao Capitólio que não "fruste" a recuperação bloqueando sua política econômica, que inclui um pacote de medidas contra o desemprego. Os índices revelam a criação de 243 mil novos postos de trabalho e uma queda taxa de desocupação para 8,3% no primeiro mês do ano.

"A economia está se fortalecendo (…) a recuperação se acelera", afirmou Obama em um quartel de bombeiros de Arlington (Virgínia, leste), acrescentando que Washington deve impulsionar o crescimento econômico e não desacelerá-lo.

Tiro no pé

"Não desacelerem a recuperação que vivemos, não a obstruam", afirmou Obama, dirigindo-se aos legisladores. "Não é o momento de darmos um tiro no pé", completou.

A taxa oficial de desemprego caiu a seu nível mais baixo dos últimos três anos nos Estados Unidos, graças à aceleração das contratações, e se estabilizou em 8,3% em janeiro, contra 8,5% em dezembro, segundo o relatório mensal sobre emprego do Departamento de Trabalho divulgado nesta sexta-feira.

O setor privado criou 257 mil empregos em janeiro, enquanto o setor público, atolado em dívidas, eliminou 14 mil vagas. Os números de novembro e dezembro, por sua vez, foram revisados para cima, em um total de 60 mil vagas.

12,8 milhões desempregados

O relatório mostra que a queda da taxa de desemprego aberto resultou em larga medida da criação genuína de vagas e não de uma redução da força de trabalho. O número de pessoas desempregadas no país diminuiu para 12,8 milhões em janeiro. Embora seja o menor em três anos, revela um cenário sombrio no mercado de trabalho, bem diferente do que existir antes do início da crise, em 2007, quando a taxa de desemprego era de 4,7%.

O rendimento médio por hora, por sua vez, subiu US$ 0,04, ou 0,2%, para US$ 23,29. A medida mais ampla de desemprego, que inclui aqueles que estão trabalhando em meio período mas que gostariam de estar empregados em tempo integral, recuou de 15,2% em dezembro para 15,1% em janeiro. Há um ano, estava em 16,1%.

A administração democrata espera em particular que os republicanos, majoritários na Câmara de Representantes e que dispõem de uma minoria capaz de bloquear projetos de lei no Senado, autorizem uma prolongação das reduções fiscais aos assalariados e o pagamento de subsídios aos desempregados para um prazo maior, sendo que ele deveria expirar ao final de fevereiro.

Os problemas decorrentes da crise, em especial o desemprego, tendem a jogar papel decisivo nas eleições presidenciais deste ano, o que explica o alívio e as preocupações de Obama, que se elegeu prometendo combater o desemprego e proteger os trabalhadores, mas depois de eleito priorizou o resgate de bancos e banqueiros, a quem destinou centenas de bilhões de dólares, ampliando o déficit e a dívida pública, enquanto a classe trabalhadora foi abandonada à própria sorte.

Com agências