Governo adota medidas para manter a ordem durante greve da PM

O PCdoB declarou hoje que apóia as medidas adotadas pelo Governo da Bahia para manter a ordem no estado, após o clima gerado pela greve da Polícia Militar. O movimento iniciado há dois dias, ganhou força nesta sexta-feira (3/2), com a adesão de cerca de 10 mil policiais, segundo o Comando da PM. Boatos sobre arrastões, saques e assaltos levaram Pânico à população, obrigando o Estado a pedir ajuda de Força Nacional de Segurança, que já enviará cerca de 500 homens para a Bahia até este sábado.

Estas e outras medidas serão explicadas à população pelo governador Jaques Wagner, que fará um pronunciamento nesta sexta-feira, às 20h, em cadeia regional de rádio e TV, sobre a situação da segurança pública no estado. Em sua fala, o governador reafirmará, com veemência, que o governo da Bahia está adotando todas as providências no sentido de assegurar o pleno estado de direito democrático, a segurança e a tranquilidade da população.

O governador coordenou, ao longo de todo o dia, as ações que vêm sendo tomadas pela Secretaria de Segurança Pública para por fim ao movimento de parcela da Polícia Militar. Nesta sexta à tarde, o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, e o comandante-geral da PM, coronel Alfredo Castro, também se reuniram com o comandante da VI Região Militar, general Gonçalves Dias, para definir a participação do Exército no reforço à segurança no estado.


Solidariedade

Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira (3/2), o presidente do PCdoB na Bahia e deputado federal, Daniel Almeida, solidarizou-se com o Governo do Estado na adoção de medidas para manter a ordem, após o clima instalado em Salvador e no interior do estado, após a deflagração do movimento de policiais militares. “O PCdoB condena veementemente todos esses atos de vandalismo registrado na capital e em algumas cidades do interior. Reafirmamos nossa solidariedade, apoio e compromisso com o governador Jaques Wagner e todo o seu Governo com as ações tomadas para a manutenção da ordem e garantia da tranquilidade e dos direitos dos cidadãos baianos”, destacou.

Ainda de acordo com Almeida, o PCdoB reconhece o legítimo direito de as categorias reivindicarem melhorias salariais e benefícios para os servidores, inclusive a PM, que presta serviço tão relevante à Bahia. No entanto, observa, é importante e necessário valorizar o espaço de negociação, “que deve ser feita respeitando o Estado, a democracia e, principalmente, os direitos dos cidadãos. Os atos que presenciamos nos últimos dias mostram que esses valores não estão sendo considerados por esse grupo de policiais”, disse o dirigente comunista.

O partido defende que é preciso investir na negociação como forma de chegar a um acordo proveitoso para todas as partes, acabando assim com o clima tenso que se espalha pelo estado.

Greve

A greve foi decretada em assembléia no final da tarde de terça-feira por integrantes da Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspra), que desde então estão acampados na sede da Assembléia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). A Aspra reivindica o pagamento da GAPV (gratificação por atividade policial), a regulamentação do pagamento de auxílio acidente e adicionais de periculosidade e insalubridade, entre outros itens.

O comandante-geral da PM, Alfredo Castro, reconhece a existência de defasagens salariais, mas alega que o governo vem paulatinamente recuperando as perdas.

Na manhã de ontem, a Justiça decretou a ilegalidade da greve e o retorno imediato ao trabalho, mas os grevistas não acataram a determinação judicial. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, caso seja necessário, os agentes federais permanecerão até o Carnaval de Salvador, que começa no próximo dia 16 de fevereiro. A Bahia tem 31 mil policiais e a estimativa é de que um terço deles esteja em greve.

De Salvador,
Eliane Costa com agências.