Assad diz que “conspiração estrangeira” quer desestabilizar Síria
Em seu primeiro pronunciamento público em meses, o presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse nesta terça (10) que há uma "conspiração estrangeira" para tentar desestabilizar o país. "Grupos regionais e internacionais vêm tentando desestabilizar o país", afirmou.
Publicado 10/01/2012 10:27
"Interesses regionais e internacionais que estão tentando desestabilizar a Síria não podem mais falsificar os fatos e os eventos", afirmou Assad em um discurso exibido pela televisão síria.
Ele também anunciou a organização de um referendo em março para mudar a atual Constituição, que confere um papel dominante ao partido Baath. "Quando a comissão sobre a nova Constituição encerrar seus trabalhos, acontecerá um referendo na primeira semana de março", afirmou Assad.
"E esta consulta poderá ser seguida por eleições gerais em maio, já com a nova Carta Magna em vigor", completou.
No início de dezembro, o regime sírio acusou a emissora de ter alterado deliberadamente as declarações de Bashar al-Assad na exibição de uma entrevista com o presidente sírio, para apresentar o país sob um ângulo negativo.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que mais de 5 mil civis já morreram desde que começaram as manifestações contra o governo, em março de 2011. A repressão aos protestos populares levou a comunidade internacional a aprovar sanções contra a Síria.
"Nenhuma autoridade deu ordem alguma para abrir fogo contra os manifestantes. Governo com a vontade do povo e, se renunciar ao poder, também será pela vontade do povo", continuou Assad nesta terça.
Ele acusou fundamentalmente os meios de comunicação regionais e internacionais de "tentar incessantemente que a Síria caia"."Apesar do fracasso, não se dão por vencidos", acrescentou. "Tentaram atingir o líder falsificando minha entrevista ao canal americano ABC", completou.
No último domingo (8), a Liga Árabe (formada por 23 nações) informou que manterá a missão de observadores atuando na Síria. A decisão ocorre no momento em que o grupo é criticado por não conseguir impedir a violência na região. Os observadores estão no país desde o fim de dezembro, na tentativa de pressionar os dois lados – governo e oposição – a abandonar as armas e de fazer com que o regime de Assad tire o Exército das ruas.
Grupos de oposição acusam a missão de servir para acobertar a repressão aos protestos, que continua sob a presença dos observadores.
Com agências
Atualizado às 10h40