Venezuela dará 'resposta clara' aos EUA por expulsão de cônsul
A Venezuela dará uma resposta clara e firme aos Estados Unidos pela expulsão da cônsul venezuelana em Miami, Livia Acosta, envolvida num suposto complô revelado por um documentário de tv, afirmou nesta segunda-feira o chanceler venezuelano Nicolás Maduro.
Publicado 09/01/2012 15:54
"Em seu devido momento, vamos dar uma resposta clara, firme e oportuna sobre este tema", afirmou Maduro em uma improvisada coletiva ao chegar à sede da chancelaria chilena em Santiago, sem fazer maiores declarações sobre o caso.
Os Estados Unidos ordenaram a expulsão de Livia Acosta Noguera por suposto envolvimento, segundo um documentário do canal Univisión, em um complô iraniano há alguns anos.
Livia tem até terça-feira para deixar os Estados Unidos, segundo anunciou o porta-voz para a América Latina do Departamento de Estado, William Ostik. "Não podemos comentar os detalhes por trás da decisão de declará-la persona non grata", disse.
O canal hispânico Univisión exibiu em 8 de dezembro uma reportagem, que incluía gravações clandestinas, sobre o que seria um complexo complô contra os Estados Unidos que, supostamente, teria envolvido as embaixadas de Venezuela, Cuba e Irã no México entre 2006 e 2008.
Livia trabalhava como segunda-secretária da embaixada venezuelana no México em 2007, quando o suposto professor de informática mexicano Juan Carlos Muñoz teria lhe informado sobre a possibilidade de realizar ataques virtuais a instalações nucleares americanas. A funcionária venezuelana teria garantido a Muñoz, segundo as gravações obtidas pela emissora Univisión, que gostaria de estar ciente do complô, e que tinha acesso direto a conselheiros do presidente Hugo Chávez.
Os ataques teriam sido propostos pelo especialista em informática a dois embaixadores iranianos consecutivos no México – Muhammad Roohi Sefat e Muhammad Ghadiri -, entre 2006 e 2007, com a colaboração da embaixada cubana na Cidade do México, segundo a versão da Univisión.
Um jovem estudante mexicano do professor Muñoz teria viajado ao Irã posteriormente, para ser doutrinado e aprender a realizar atentados. A reportagem também dá conta de outras atividades do Irã e do movimento islâmico Hezbollah na Venezuela e Argentina. O Departamento de Estado julgou o documentário preocupante.
Com AFP