Sem categoria

Governo cria força-tarefa para áreas afetadas pelas chuvas

A presidente Dilma Rousseff determinou a criação de uma força-tarefa composta por 50 profissionais para atuar nas áreas de risco no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, afetados pelas chuvas. A medida foi anunciada nesta segunda-feira (9) pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Segundo ele, o trabalho do grupo interministerial não será restrito ao período de chuvas. A ideia é traçar uma política de investimento em reconstrução e prevenção.

ministros coletiva de imprensa

A Força Nacional de Apoio Técnico de Emergência será formada por seis ministérios e vai atuar na prevenção de desastres naturais e reconstrução de municípios atingidos.

“Uma força-tarefa de 50 especialistas que serão alocados nas regiões de mais alto risco [que estão], neste primeiro momento, nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo", explicou Bezerra, durante coletiva de imprensa no início da tarde desta segunda-feira (9), juntamente com outros ministros ligados à área de infraestrutura e atendimento à população. Eles se reuniram com a presidente da República durante a manhã para discutir ações para as vítimas das chuvas no país, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).

Segundo determinação de Dilma, os profissionais – 35 geólogos e 15 hidrólogos – devem ser disponibilizados nas próximas horas por órgãos do governo federal. Quatro geólogos já foram enviados a Minas Gerais, dois para o Espírito Santo e outros dois para o Rio de Janeiro.

Medidas

Outra medida tomada pela Presidência da República é a reabertura dos créditos de um fundo nacional destinado à prevenção de catástrofes, que atualmente acumula R$ 444 milhões. Alguns municípios e estados já começaram, inclusive, a formalizar pedidos para assistência à população atingida e ações de reconstrução.

Durante o trabalho, serão identificadas ações que podem ser feitas a médio e longo prazo e, depois, será traçada uma política de investimento em reconstrução e prevenção.

“A presidente recomendou que os centros se mantivessem em plena operação até o final de março, não só para apoiar as ações em campo, em conjunto com as defesas civis estaduais e municipais, mas também para que ao longo desse período possamos identificar ações de longo e médio prazo dentro de uma política de investimento na área de reconstrução e sobretudo na área de prevenção”, disse o ministro.

Também serão antecipados os pagamentos do Bolsa Família e liberados recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para os moradores dos municípios em situação de calamidade.

O ministro interino da Defesa, general Enzo Peri, falou que o Exército trabalha diretamente com os agentes da Defesa Civil na remoção das famílias e no transporte de alimentos. Uma ponte móvel já foi instalada, em Minas, e há condições para montagem imediata de um hospital de campanha para atender eventuais vítimas.

Alexandre Padilha, da pasta da Saúde, afirmou que serão enviados 800 quilos de medicamentos para as áreas mais atingidas, somando 12,8 toneladas o total já encaminhado pelo governo. Além disso, a Força Nacional do SUS, com dois mil profissionais cadastrados, vai trabalhar nas unidades de saúde.

Maior atuação

A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que coordenou o início da mobilização dos ministérios na ação para as chuvas, reforçou que o governo tem trabalhado na área de prevenção de desastre naturais desde 2011.

"O Ministério da Integração trabalha juntamente com a Ciência e Tecnologia há meses", disse Gleisi. “A presidente agora determinou a mobilização muito forte do governo”.

Ao ser questionada sobre a atuação do governo, Gleisi afirmou que a atuação do governo não é tardia, já que as catástrofes atingem o Sudeste do país todos os anos. Pelo contrário, esta “é uma das vezes em que estamos trabalhando de forma mais preparada”.

Ela reforçou que a prioridade do governo é salvar vidas. “Evitar mortes é nossa prioridade número um”, disse Gleisi Hoffmann, em entrevista coletiva após a reunião.

Já Aloizio Mercadante, ministro da Ciência e Tecnologia, afirmou que a Agência Nacional de Águas (ANA) identificou alertas de inundações em algumas regiões para os próximos dias, como dos rios Doce, Muriaé e Baixo da Paraíba do Sul. Há ainda risco de inundação na cidade de Rio Branco, capital do Acre. Também há alerta de mais chuvas para Belo Horizonte, Ouro Preto e Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemanden) prevê fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro e em Vitória, no Espírito Santo. O ministro lembrou que, em dezembro, a chuva em Minas Gerais bateu recorde histórico.

“Uma força-tarefa continua mapeando in loco para identificar os locais mais vulneráveis e retirar as pessoas”, disse.

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse que, em dezembro e janeiro, 37 trechos de rodovias federais foram atingidos pelas chuvas, dos quais seis estão totalmente interrompidos, 20 parcialmente interrompidos e 11 liberados. Os trechos estão localizados em 16 rodovias de cinco estados diferentes.

Com agências