Chegarão à Síria mais observadores internacionais
Outros 47 observadores, 22 do Iraque e 25 do Conselho de Cooperação do Golfo, viajarão em breve à Síria para somarem-se aos quase 70 que percorrem localidades deste país, no meio de persistente hostilidade midiática e política externa.
Publicado 02/01/2012 18:13
A informação foi dada por Adnan Issa Al-Khoudhir, chefe do Escritório de Operações da Missão Observadora da Liga Árabe (LA), amplamente divulgada nesta segunda-feira (2) pela imprensa local.
Dezenas de inspetores percorreram as cidades de Homs, Hama, Daraa, Idleb, povoados de Damasco Campo, nos quais visitaram bairros, hospitais, prisões e dialogaram com autoridades e residentes.
A LA estabeleceu o escritório de operações, dirigido por Al-Khoudhir, no dia 22 de dezembro, se mantendo em constante comunicação com os enviados, ao mesmo tempo em que recebe os relatórios enviados por eles, assegurou seu diretor.
Al-Khoudhir disse, segundo notas divulgadas na imprensa, que as principais queixas antes do envio da missão se centravam principalmente no que se refere a prisioneiros e pacientes hospitalizados.
Entre seus percursos, os observadores estiveram em cárceres e centros hospitalares de Homs, Hama e Idleb.
Nos dois últimos dias dialogaram com uma comunidade de armênios e com os moradores dos bairros de Al-Zahraa e Al-Abbasiya, em Homs, onde também visitaram os feridos no hospital militar dessa importante cidade.
Em Damasco Campo, visitaram o povoado de Al-Muaddamya, entre outros.
Complô ocidental
A televisão nacional informou que um grupo de inspetores conversou com locais de Bab Draib, Wadi Al-Dahab e Al-Hadara, nessa província.
Imagens transmitidas pela televisão mostraram moradores de algumas dessas localidades com fotos de familiares mortos por grupos armados e que expressaram suas condenações pela violência terrorista que aflige suas comunidades.
Enquanto isso, os canais Al-Jazeera e Al-Arabiya, assim como outros ocidentais, insistem em uma ofensiva incessante contra a Síria na qual mostram um suposto observador, sobre o qual a própria LA teve que declarar que é um impostor.
No domingo (1º), o chefe da missão observadora, o general sudanês Mohammed Ahmed Mustafa Al-Dabi viu-se na necessidade de desmentir que um dos membros de sua equipe, como propalaram canais estrangeiros, tivesse visto francoatiradores do governo em tetos de edifícios em Daraa.
"Se tal depoimento fosse verdadeiro, teríamos recebido um informe imediato", disse Al-Dabi.
Por sua vez, Al-Khoudhir assinalou que os inspetores estão equipados com todas as ferramentas de observação e autenticação e que a delegação está se movendo na Síria de acordo com o protocolo assinado pela LA.
O funcionário chamou os meios a noticiar de forma objetiva e precisa sobre o trabalho da missão, porque se não haverá um impacto negativo sobre todo o trabalho.
Sírios consultados pela Prensa Latina expressam reservas sobre as verdadeiras intenções dos observadores e que tal missão responde à agenda para aniquilar seu país, inclusive alguns estimam que o relatório final já foi redigido a priori.
Neste contexto, o Parlamento Árabe somou-se à hostilidade contra a Síria e chamou no domingo (1º) a LA a retirar imediatamente a equipe de inspeção com o argumento de que o governo de Damasco continua supostamente reprimindo a população e violando o protocolo assinado.
Tal chamado foi anunciado no Cairo, Egito, pelo presidente desse organismo, Ali Al-Salem Al-Dekbas, que argumentou que a violência na Síria continua provocando vítimas, e a culpa disso é o governo, da mesma forma como fazem os centros de poder ocidentais.
No entanto, ignora o terrorismo desatado pelos grupos armados, dos quais participam inclusive mercenários pagos infiltrados na Síria, e que são a fonte principal da violência que aflige localidades do país, de acordo com os próprios moradores.
Fonte: Prensa Latina