Parlamento árabe pede retirada imediata de observadores da Síria
O Parlamento Árabe (PA), primeiro órgão do sistema pan-árabe que exigiu o envio de observadores à Síria, pediu neste domingo (1º de janeiro) para retirar imediatamente de Damasco esses especialistas, por considerar insuficiente um dos principais objetivos dessa missão.
Publicado 01/01/2012 22:30
A instância legislativa constituída por 88 delegados dos 22 Estados membros (agora reduzida pela suspensão da Síria), deplorou que a violência "siga cobrando demasiadas vítimas", embora tenha voltado a aludir somente aos opositores mortos.
O presidente do PA, Ali Al-Salem Al-Dekbas, solicitou neste domingo ao secretário-geral da organização pan-árabe, Nabil El-Arabi, que convoque uma reunião urgente do conselho de chanceleres a fim de adotar uma resolução para uma rápida retirada dos observadores.
Al-Dekbas aludiu aos persistentes enfrentamentos entre opositores armados e forças do governo do presidente Bashar al-Assad, sem tomar em conta os dados oficiais de dois mil policiais e militares abatidos por atos terroristas perpetrados pela oposição em diversas regiões.
"Que isto ocorra na presença dos observadores árabes é algo que despertou a ira do povo árabe e nega o propósito de enviar uma missão para que investigue e esclareça os fatos", acrescentou.
Igualmente, o funcionário alegou que essa situação "dá ao governo sírio uma cobertura árabe" para continuar com o que qualificou de “ações desumanas sob os olhos e ouvidos da Liga Árabe" (LA).
Apesar de o governo de Bashar al-Assad ter aceitado o plano de 2 de novembro proposto pela LA para acabar os enfrentamentos com a oposição armada, letais para ambas as partes, o presidente do órgão assessor da Liga considerou insuficiente o trabalho dos monitores estrangeiros.
Em comentários que suscitaram polêmica, o chefe da missão de observadores, o general Mohammed Ahmed Mustafa Al-Dabi, descreveu como "tranquilizadora" a situação em Homs, uma das regiões mais conflitivas em nove meses de rebeliões.
A missão da LA tem um prazo de trabalho inicial de um mês, prorrogável por um período similar para assegurar-se de que o governo sírio acate e cumpra os termos do plano árabe para pôr fim à beligerância e revogar as sanções contra esse país.
Prensa Latina