Juros "levam" 47% do Orçamento: R$ 1,014 trilhão
"A proposta prevê a destinação de R$ 1,014 trilhão para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública ano que vem, o que representa 47,19% de todo o Orçamento. Enquanto isso, serão destinados apenas 18,22% para a Previdência Social, 3,98% para a Saúde, 3,18% para a Educação, e 0,25% para a Reforma Agrária."
Publicado 24/12/2011 01:53
A comparação é do economista Rodrigo Ávila, da Auditoria Cidadã da Dívida, ao comentar o Orçamento da União para 2012, aprovado no fim da noite da última quinta-feira pelo Congresso Nacional.
O governo, porém, insiste em que o Orçamento dá prioridade aos investimentos públicos, com crescimento de 13,2% em relação ao projeto original do Executivo, de R$ 164,7 bilhões para R$ 186,5 bilhões; às ações sociais, beneficiadas com mais recursos para Saúde e Educação (respectivamente, R$ 5,9 bilhões e R$ 1,8 bilhão) e aos municípios com até 50 mil habitantes, que ganharam R$ 2,2 bilhões em emendas para Saúde e Saneamento, escolhidas pela própria população.
Do ponto de vista fiscal, a proposta não acrescenta despesas obrigatórias para o Executivo. Os gastos com funcionalismo público, por exemplo, somam R$ 203,2 bilhões, o mesmo número do projeto original. Os valores da Previdência Social também mudaram pouco.
Nos gastos por função, que traz o maior número por despesa agregada, a dotação da Previdência saiu de R$ 391,77 bilhões para R$ 391,86 bilhões.
No geral, a atuação dos parlamentares garantiu acréscimo de R$ 32,1 bilhões ao projeto enviado pelo Executivo. O texto inicial previa um Orçamento efetivo (conceito que exclui os gastos com refinanciamento da dívida pública) de R$ 1,572 trilhão. Após acréscimos de receita e despesa pelo Congresso, o valor ficou em R$ 1,602 trilhão.
Fonte: Monitor Mercantil