Depois de 12 anos, o metrô de Salvador faz primeira viagem
A novela que envolve a construção do metrô de Salvador teve mais um capítulo nesta quinta-feira (22/12), quando foram realizados os primeiros testes com um dos trens nos trilhos. A viagem na verdade foi uma tentativa do prefeito João Henrique Carneiro (PP) de capitalizar a conclusão da obra, já que os trens só começam a circular gratuitamente em maio, ainda em fase de testes. A cobrança de passagem, segundo a prefeitura, começa em outubro com o mesmo valor dos ônibus, atualmente R$2,50.
Publicado 23/12/2011 17:51 | Editado 04/03/2020 16:18
Inicialmente previsto para ter 12km, ligando a Estação Pirajá à Lapa, o metrô de Salvador começou a ser construído em 2000, mas teve suas obras paralisadas diversas vezes por suspeita de irregularidades desde o processo de licitação. Alterações no projeto e má gestão de recursos fizeram com que o processo se arrastasse por mais de uma década, diminuíram o seu percurso para 6,5 km e o tornaram financeiramente inviável, dependendo de recursos do governo federal para subsidiar até a fase de testes.
A solução apontada para sua viabilização é a conclusão do trecho previsto inicialmente até Pirajá, hoje vai do Acesso Norte até a Lapa, além da construção de uma nova linha ligando a estação do Acesso Norte até o município de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana. Os recursos para a nova linha foram assegurados pela presidente Dilma Rousseff em visita à cidade em novembro.
O problema é que o prefeito João Henrique deixa o governo no final de 2012 e resolveu inaugurar os 6,5km inicias, apesar de todas as indicações contrárias. “João Henrique quer fazer mais um factóide inaugurando esta linha, pedindo subsídio ao governo federal, exatamente porque ele vai sair da prefeitura. Este metrô do jeito que está é inviável. Seria melhor que ele mantivesse o foco na mobilidade urbana como um todo”, reclamou a vereadora Olívia Santana (PCdoB).
A comunista acrescenta ainda que o trecho concluído até o momento é muito pequeno e oneroso para a cidade, tanto que já foi apelidado de “metrô calça curta”. “Nós temos que investir na ampliação desta linha, porque este trecho por si só não dá conta da demanda que a cidade tem. Não tem metrô de 6km em nenhum lugar do mundo. Então é uma piada, por ter levado tanto tempo em construção e pelo seu tamanho, já que temos um metrô pequeno, que consumiu mais de um bilhão de reais e que não atende as necessidades da população”, disse.
Para Olívia, a maior colaboração que o prefeito daria à cidade neste momento seria mobilizar sua bancada de vereadores para votar o projeto de mobilidade, enviado pelo Governo do Estado, que depende da anuência do município, aprovação dos vereadores, para ser implementado. O projeto precisa ser aprovado até o final do ano, mas a bancada da situação não se msotra interessado em votá-lo.
De Salvador,
Eliane Costa.