Transnordestina estima empregar mais 3 mil pessoas no Piauí
Uma das mais importantes obras do Programa de Aceleração Crescimento (PAC) no Nordeste, a ferrovia Transnordestina mudará a realidade da região
Publicado 19/12/2011 12:05 | Editado 04/03/2020 17:00
A expectativa do governo é que mais 3 mil pessoas possam ser contratadas trabalhar no trecho da Transnordestina que corta o Piauí. Atualmente 2 mil pessoas já atuam nas obras da ferrovia nos municípios de Elizeu Martins, Simplício Mendes e Itaueira.
A ferrovia passará pela região do cerrado piauiense, que se destaca pela produção de grãos, principalmente soja, e pela extração de minério. A exportação de soja gerou US$ 80,9 milhões em divisas para o Estado no ano. Os trilhos eliminarão gargalos no escoamento, contribuindo para aumentar o volume de embarque.
De acordo com Mirócles Veras, coordenador estadual do PAC, o governo do Piauí planeja construir uma ferrovia para ligar o município de Simplício Mendes à capital Teresina e Paranaíba. Há estudos, também, sobre a navegabilidade do Rio Parnaíba e projetos de construção de rodovias federais. "Outro importante projeto para a região é a Transcerrados, uma parceria público-privada, ligando os municípios de Sebastião Leal e Monte Alegre, que beneficiará diretamente o polo Uruçui-Gurguéia, onde se concentra a maior parte da produção de grãos do Piauí", revela.
O avanço total da obra da Transnordestina, até o momento, é de 40%, relata Tufi Daher Filho, presidente da TLSA, acrescentando que no projeto já foram aplicados R$ 2,8 bilhões, cerca da metade do orçamento de R$ 5,4 bilhões previstos – valor que está em processo de revisão.
Uma das mais importantes obras do Programa de Aceleração Crescimento (PAC) no Nordeste, a ferrovia Transnordestina mudará a realidade da região onde serão instalados os 1.728 km de trilhos que cortarão os Estados do Piauí, Ceará e Pernambuco. Mais do que o principal modal para escoamento da produção até os portos de Pecém (CE) e Suape (PE), o projeto assume o papel o indutor de outros empreendimentos paralelos já programados pelos governos estaduais para impulsionar a economia local.
No Ceará, por exemplo, estão sendo feitos estudos das localidades que poderão abrigar os dez entrepostos que o governo estadual planeja construir ao longo do trecho cearense da ferrovia, entre Missão Velha e Pecém, que tem 527 quilômetros de extensão. "Tão logo as obras da ferrovia estejam concluídas queremos ter os entrepostos prontos", revela Otacílio Borges, secretário adjunto da Secretaria de Infraestrutura.
O objetivo, segundo ele, é estimular a produção local e permitir o escoamento até o porto, para o embarque dos produtos rumo ao mercado internacional. Os estudos estão sendo feitos pela Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece) e definirão os investimentos no empreendimento. A ideia é construir, inicialmente, cinco entrepostos.
Também faz parte dos planos a construção de um ramal ferroviário ligando os municípios de Piquet Carneiro e Crateús, uma distância de aproximadamente 200 quilômetros. O interesse nesse projeto é grande porque beneficiaria uma região que abriga a mina Santa Quitéria, em Itataia, descoberta em 1976, que possui jazidas de fosfato, utilizado na produção de fertilizantes, e de urânio. A região é rica, também, em pedras ornamentais, tanto mármore quanto granito. Borges diz que a expectativa é de que o projeto executivo esteja definido entre fevereiro e março do próximo ano. O início das obras dependerá de negociações com a Transnordestina Logística S.A. (TLSA), controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e responsável pelo projeto da ferrovia, e com o Ministério dos Transportes.
As obras estão em ritmo acelerado em Pernambuco e Piauí, onde o processo de desapropriação fluiu rapidamente. Pelo cronograma, o trecho cearense de Missão Velha a Pecém será o último a ser concluído, em 2014. Atualmente, o projeto já tem 100 km de grade ferroviária montada, sendo 60 km no Ceará e 40 km em Pernambuco, o que corresponde a 6% da extensão total da ferrovia. A meta é concluir 2011 com 150 km, atingindo 9% do malha.
Do www.portalaz.com.br por Daiane Rufino Com informações do jornal Valor Econômico