EUA se retiram e iraquianos vivem "dia da verdadeira libertação"
Cerca de 500 soldados estadunidenses cruzaram hoje (18) a fronteira do Iraque em direção ao Kuwait. A movimentação põe fim oficialmente a quase nove anos de ocupação militar, ainda que outros homens permanecerão para dar apoio à embaixada de seu país.
Publicado 18/12/2011 15:16
A coluna com mais de 100 carros blindados finalizou a retirada nas primeiras horas da madrugada, quando depois da passagem do último veículo se fechou a cerca que marca os limites entre esta nação mesopotâmica e o pequeno emirado do petróleo.
Enquanto o canal estatal Al-Iraqiya mostrava imagens da retirada, outros meios governamentais iraquianos mostraram as expressões de júbilo da imensa maioria dos cidadãos, alguns dos quais aludiram a este domingo como "dia da verdadeira libertação".
A maior parte dos soldados estava destacada na terceira brigada da Primeira Divisão de Infantaria e atravessou a estrada do deserto meridional em meio a uma vigilância atenta e grande sigilo, aparentemente por temer a algum atentado.
O despacho das tropas do Iraque, onde o Pentágono mobilizou quase 170 mil efetivos em 505 bases militares, se concretizou após três atos oficiais para encerrar uma ocupação que custou a Washington quase um bilhão de dólares, segundo dados oficiais.
Há alguns dias, o presidente estadunidense, Barack Obama, recebeu centenas de soldados que regressaram do Iraque e Fort Bragg e elogiou o que chamou de "sacrifícios extraordinários", depois da cerimônia de retirada da bandeira em uma base militar de Bagdá.
O ato, que marcou o fim oficial da ocupação, esteve encabeçado pelo secretário de Defesa norte-americano, Leon Panetta, que igualmente aludiu ao "alto preço em sangue e recursos" que significou para a Casa Branca a invasão, iniciada em março de 2003.
Na sexta-feira (16), o comando norte militar do país entregou a autoridades iraquianas a base Al- Íman Alí, localizada na periferia de Nassiriyah, concluindo assim o transferência de instalações militares antes da retirada definitiva.
Um acordo assinado em dezembro de 2008 por Washington e Bagdá estabeleceu como prazo até o próximo dia 31 para que os soldados estrangeiros saíssem do Iraque, onde chegaram com o pretexto de destruir armas de destruição em massa.
Os arsenais nunca foram achados, mas os Estados Unidos derrocaram o Governo de Saddam Hussein e julgaram o ex-mandatário em um processo manipulado politicamente, segundo avaliaram fontes distintas.
Durante a beligerância no Iraque, as tropas norte-americanas perderam cerca de 4.400 soldados e cerca de 30 mil feridos ou com traumas diversos, mas a parte iraquiana expressou pesar por seus mais de 100 mil mortos, em sua maioria civis.
Com Prensa Latina