Religiosos sírios repudiam violência e intromissão estrangeira
Os três patriarcas do cristianismo na Síria, em um encontro de líderes de clãs do norte do país, expressaram seu repúdio à violência e à intromissão estrangeira, ao mesmo tempo em que conclamaram os sírios à unidade nacional frente à hostilidade externa.
Publicado 16/12/2011 16:50
Ignacio IV Hazim, patriarca da Igreja Ortodoxa Grega; Mar Ignacio Zakka I, da Igreja Ortodoxa Síria; e Gregório III Laham, da Igreja Católica, reuniram-se no dia de Santo Efraín, no Monastério de Syriac em Sid Naya, revelou nesta sexta (16) os meios de comunicação locais.
Em uma posição comum, os três clérigos denunciaram todo tipo de interferência nos assuntos internos sírios e exigiram o levantamento das sanções contra o país, ao mesmo tempo em que pediram a unidade nacional e a garantia da tolerância inter-religiosa.
À margem do chamado dos patriarcas cristãos, ímãs, pregadores e líderes das confessões islâmicas na Síria, praticadas pela maioria da população, também conclamaram, nas sextas de oração muçulmana, os fiéis a reforçar a unidade nacional e defender as decisões independentes de toda a nação síria.
Em um país onde a religião tem um peso forte na mentalidade de seus habitantes, estes chamados têm um significado relevante. Todos concordam em manifestar respaldo ao governo, a seu programa de reformas, e convocam a respeitar os princípios de justiça, liberdade e dignidade.
Por outro lado, uma cúpula de chefes de clãs províncias de Deir Ezzor, Hasaka e Raqqa, no norte do país, reafirmou a adesão de todas essas comunidades à unidade nacional frente à conspiração estrangeira que a Séria enfrenta, ao mesmo tempo que condenaram a intromissão em seus assuntos internos.
Numa declaração dada no encerramento do fóro, na quinta-feira, destacada hoje pela imprensa, os líderes de clãs qualificaram de estigma na história do Oriente Médio a ação anti-síria da Liga Árabe.
Afirmaram também que os sírios desejam uma democracia que reflita genuinamente a ética e os valores nacionais, em vez de um modelo importado europeu.
Também consideraram que a atual crise pode ser resolvida entre os próprios sírios, e neste sentido insistiram em que o projeto de reformas integrais proposto pelo presidente Bashar al-Assad constitui a única via para sair dos problemas.
Os anúncios, feitos separadamente, da postura dos líderes religiosos e de clãs ocorreram quando no plano internacional se intensificam os gerenciamentos com novas iniciativas como uma que proporá o Iraque a Damasco, da qual Bagdá disse que os governos europeus já têm conhecimento.
Por outro lado, a Rússia propôs no Conselho de Segurança da ONU, órgão que preside este mês, um projeto de resolução sobre a Síria que chama ao fim de todo tipo de violência e ao cumprimento por todas as partes envolvidas do acordo árabe aceito por Damasco.
O vice-presidente sírio, Farouq al-Sharaa, encontra-se nesta sexta-feira em Moscou para coordenar posições com o governo russo, enquanto a delegação iraquiana deve chegar a Damasco em breve.
Enquanto isso, o conselho ministerial da Liga Árabe tem previsto uma reunião no sábado para analisar o tema sírio, mas com todo este movimento de gerenciamentos diplomáticos não se sabe com certeza se por fim se reunirá em Doha, Catar, como se propunha fazer.
Fonte: Prensa Latina