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“Guerra” contra narcotráfico deixa milhares de mortos no México

De acordo com estimativas da publicação semanal mexicana Zeta, o combate ao narcotráfico no México já deixou um saldo de 60 mil 402 mortos durante os últimos cinco anos. De acordo com a publicação, esta cifra corresponde a 75% do total de assassinatos registrados pelo Sistema Nacional de Informação do México. De dezembro de 2006 a outubro de 2011, foram 80 mil 107 homicídios no país.

Narcotráfico Colômbia - Guillermo Legaria, AFP

O levantamento dos dados mostra que o México vive um aumento nos índices de violência como resultado da política de segurança chamada "guerra contra as drogas”. A estratégia impulsionada pelo presidente mexicano, Felipe Calderón, inclui o envio de militares para cumprir trabalhos em áreas onde a polícia seria ineficiente ou infiltrada por grupos criminosos.

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"Dar um tratamento de guerra ao narcotráfico e não de um problema de saúde foi um grande erro", afirmou à AFP o poeta mexicano Javier Sicilia, que após o assassinato em maio de seu filho iniciou mobilizações para lembrar as vítimas, inocentes ou não, da estratégia antidrogas de seu país.

Essa luta "custou no México e em outros países milhares de vidas, destruiu famílias e desviou recursos milionários dos governos para atender um problema originado fundamentalmente pelo consumo nos Estados Unidos", completou.

Violência aumenta em toda AL

Em toda a América Latina, a violência dos cartéis da droga deixou milhares de mortos em 2011. Os números revelam o fracasso da política antidrogas no continente e não sinaliza uma redução no consumo. Entre 1998 e 2008, o consumo de drogas subiu 34,5%, o de cocaína, 27%, e o de maconha, 8,5%.

Na Colômbia, maior produtor mundial de cocaína (350 toneladas em 2010), os cultivos de folha de coca diminuíram, mas os assassinatos aumentaram, um fenômeno atribuído em parte às "Bacrim", novos grupos criminosos compostos por ex-membros de grupos paramilitares, totalmente dedicados agora ao narcotráfico.

Cerca de 47% dos 17.000 homicídios cometidos em 2010 no país sul-americano são atribuídos pela polícia a esses grupos.

Mas a questão não é restrita apenas às regiões isoladas ou aos grandes produtores de folha de coca. Nas grandes cidades latino-americanas, o confronto entre grupos que disputam a venda de derivados de cocaína, como o "paco" argentino, o "bazuco" colombiano e o "crack" brasileiro, deixam um rastro de morte.

O tráfico de drogas "tornou-se um dos problemas planetários mais importantes, porque afeta a segurança de milhões de pessoas", declarou à AFP Louise Arbour, ex-alta comissária da ONU para os Direitos Humanos e procuradora do Tribunal Penal Internacional.

Fonte: Com informações da Agência Pulsar e da AFP