Irmandade Muçulmana diz ter obtido maioria parlamentar no Egito
Os candidatos do partido da Irmandade Muçulmana, o PLJ (Partido da Liberdade e da Justiça), conquistaram 36 cadeiras na Assembleia do Povo (câmara baixa do Parlamento egípcio) na segunda etapa das eleições legislativas egípcias.
Publicado 07/12/2011 08:05
"O PLJ obteve 36 vagas de 54, o que representa 66,6% dos cargos", afirma um comunicado do partido islâmico divulgado nesta quarta-feira (7).
A segunda etapa eleitoral, realizada em dois dias, correspondia a quase um terço do total das cadeiras atribuídas nas eleições uninominais. Os outros dois terços, atribuídos a listas para uma votação proporcional, estavam em jogo na primeira etapa, na semana passada, quando o PLJ recebeu 36% dos votos.
Em nota, a formação islâmica agradeceu "a confiança concedida pelo povo egípcio" e expressou seu compromisso "para construir o Egito do futuro inspirado na liberdade, na justiça, na dignidade, na democracia e na estabilidade".
A Comissão Suprema Eleitoral Judicial ainda não publicou os resultados definitivos da primeira etapa das eleições egípcias, que foi promovida em nove províncias do país.
A imprensa local também confirma nesta quarta-feira a vitória do PLJ, que junto aos islâmicos salafistas do Al Nur tiveram uma ampla vitória nos dois últimos dias de votação, nos quais estavam em jogo cadeiras reservadas a listas abertas.
O conjunto dos partidos islâmicos conquistou oficialmente 65% dos votos da semana passada.
Esta é a primeira eleição desde a rebelião popular que encerrou em fevereiro três décadas do regime de Hosni Mubarak.
A primeira etapa das eleições colocou em disputa um terço dos governos do país, incluindo as duas maiores cidades do Egito, Cairo e Alexandria.
O pleito para a Assembleia do Povo é dividido em três etapas, sendo que a última acontecerá em janeiro, e depois será a vez de eleger os representantes da Shura (câmara alta) em outras três etapas que culminarão em março.
O processo pode conferir aos políticos islamitas legitimidade para desafiar o domínio dos militares sobre o país.
Sob pressão popular, a junta militar egípcia aceitou antecipar em seis meses a transferência do poder a um presidente civil, o que deve ocorrer em meados de 2012.
Pelo complexo sistema eleitoral egípcio, dois terços das 498 cadeiras parlamentares serão definidas de acordo com o voto em listas partidárias e o restante sairá de disputas individuais nos distritos.
Com agências