Síria propõe assinar protocolo com Liga Árabe
A Síria expressou nesta segunda (5) estar prestes a assinar o protocolo baseado no acordo que pactuou com a Liga Árabe (LA), mas disse este deve ter anexadas as propostas de Damasco e Argélia, assinalou o vice-chanceler Faysal Mekdad.
Publicado 06/12/2011 11:44
Trata-se de um documento, no qual a chefia da LA exigiu ao governo do presidente Bashar Assad que uma numerosa delegação de observadores visite o país.
Em depoimento à Prensa Latina, Mekdad detalhou que a Chancelaria enviou uma carta ao secretário-geral da LA, Nabil el-Arabi, sugerindo que a assinatura tivesse lugar em Damasco, com a presença do comitê ministerial dessa organização.
O rascunho que será assinado -assinalou- deve ter como anexo os esclarecimentos que as autoridades sírias solicitaram a el-Arabi, bem como as posições e modificações propostas pelo governo argelino, em especial a rejeição à interferência estrangeira nos assuntos internos desta nação.
Com a assinatura do protocolo, Damasco então considerará nulas e inválidas todas as resoluções ditadas pelo Conselho da LA na ausência da Síria, incluída a suspensão do conjunto de membros e as sanções lembradas contra eles, frisou o vice-chanceler.
El-Arabi deverá também -agregou Mekdad- informar ao secretário geral da ONU por escrito sobre o acordo e os resultados positivos que se conseguiram, depois da assinatura do protocolo, e lhe solicitar distribuir o relatório entre os integrantes do Conselho de Segurança como um documento oficial.
Sob fortes pressões de vários de seus membros, notadamente do Catar, o atual presidente de turno, a Arábia Saudita e o restante dos chamados Estados do Golfo, a LA cedeu às exigências de Ocidente para isolar a Síria.
Depois de pactuar um primeiro acordo, que o governo do presidente Bashar al-Assad começou a implementar de imediato com a libertação de detentos, retirada do Exército das localidades onde operam os grupos armados terroristas, a LA de todas as formas ignorou tais gestos e pressionou por suspender a Síria.
Agora Damasco volta a dar um passo construtivo, ao aceitar o protocolo para a visita, ainda que com a condição de que se respeite sua soberania e o princípio da não interferência nos assuntos internos. E cabe, então, à LA responder.
Mekdad explicou que a Síria está sob um ataque tão intenso por causa de suas posições soberanas no conflito árabe-israelense, seu apoio ao direito dos palestinos a ter um estado independente com Jerusalém como sua capital e pela libertação dos territórios sírios e libaneses ocupados por Tel Aviv, bem como por suas relações com países progressistas que apoiam essas justas causas.
Comentou que os Estados Unidos propuseram a Damasco, no princípio da crise, que se a Síria abandonasse essas posições, então não teria dificuldades. Mas, "nosso povo está comprometido com as causas justas e não cederemos em nossos vínculos soberanos com os países progressistas", salientou o vice-chanceler.
Fonte: Prensa Latina