Foto histórica traz Dilma sendo interrogada pela ditadura militar
Uma foto inédita da presidente Dilma sendo interrogada em um tribunal da ditadura militar foi publicada pela revista Época neste sábado (3). Imediatamente foi reproduzida por milhares de usuários das redes sociais, principalmente no Facebook.
Publicado 04/12/2011 00:04
A descoberta foi do jornalista Ricardo Amaral, autor do livro A vida quer coragem, uma biografia de Dilma que chega às livrarias na primeira quinzena de dezembro. Ricardo foi assessor da presidente na Casa Civil e na campanha presidencial e em sua obra conta a história da petista da guerrilha ao Planalto.
Resgatada dos porões da ditadura, a foto faz parte do processo contra Dilma na Justiça Militar. Foi tirada em novembro de 1970, quando ela tinha 22 anos. Segundo informações do livro, o interrogatório em questão foi feito após 22 dias de tortura e aconteceu na Auditoria Militar do Rio de Janeiro.
Chama a atenção na imagem a expressão dos algozes que faziam o interrogatório. Ambos escondem a cara como bandidos, da mesma forma que vemos cotidianamente em casos de prisões na frente de câmeras. A expressão dos bandidos de então contrasta com o olhar altivo da atual presidente.
Imagens de época
Não é a primeira vez que a revista dos Marinho traz imagens da Dilma guerrilheira. Em agosto de 2010, menos de dois meses do primeiro turno da eleição presidencial, a mesma revista Época trouxe uma reportagem intitulada "Dilma na luta armada".
A matéria tinha o claro objetivo de assustar uma parcela mais conservadora do eleitorado. Um dos inter-títulos era “Dilma foi denunciada por chefiar greves e assessorar assaltos a banco”. A matéria propaganda, que tinha a intenção de ser negativa, acabou trazendo o maior ícone virtual da campanha de Dilma dali pra frente.
O diretor de arte da publicação teve a idéia de pegar uma foto que a ditadura tirou da guerrilheira e aplicar em pop art. Pronto. Em poucos dias, eleitores da petista transformaram o símbolo em avatar de perfil em rede sociais.
Da internet, o ícone ganhou as ruas. Foi alterada em dezenas de versões, virou camisetas, foi transportada para cartaz, grafitagem e acima de tudo, virou o símbolo de uma campanha jovem e ousada, contra a conservadora campanha de José Serra.
De Brasília,
Kerison Lopes