Aeronautas e aeroviários reivindicam aumento salarial
Cerca de 150 aeronautas e aeroviários fizeram hoje (1º) uma manifestação no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão), Zona Norte da capital fluminense, para reivindicar aumento salarial. Eles pedem 10% de aumento real, e as empresas oferecem 3%. Por conta do impasse, trabalhadores aprovaram, em assembleias, estado de greve até o encerramento das negociações com as companhias aéreas, o que significa uma autorização para que os sindicatos deflagrarem paralisações a qualquer momento.
Publicado 01/12/2011 16:57
O ato o desta manhã ocorreu de maneira pacífica, com uma caminhada em um trecho de cerca de três quilômetros pela avenida que dá acesso ao terminal. Participaram do ato o Sindicato Nacional dos Aeroviários, os sindicatos de aeroviários de Guarulhos (SP), Porto Alegre (RS) e Recife (PE), o Sindicato Nacional dos Aeronautas e a Fentac/CUT (Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil).
Além do reajuste real de 10%, os trabalhadores em campanha salarial unificada, exigem 14% de aumento do piso. A pauta de reivindicação foi entregue em setembro e as empresas de aviação apresentaram contraproposta de 3% de aumento real de salário e reajuste do piso de aproximadamente 6%. A data-base da categoria é hoje.
Segundo o presidente da Federação Nacional de Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke, a contraproposta não foi bem recebida pelo aeroviários. Por isso, a categoria cogita a possibilidade de realizar uma greve, que pode atingir a maioria dos aeroportos do país no período de festas de fim de ano.
“Um mau tempo já é suficiente para o sistema ficar todo bagunçado, então, a gente sabe que, se for decidido fazer a greve, o Brasil vai parar. Não queremos fazer isso, mas estamos sendo empurrados pelas empresas aéreas para essa situação”, disse.
Em reunião realizada ontem,(30), entre a entidade dos trabalhadores e o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), os trabalhadores aprovaram o estado de greve, que significa uma autorização para os sindicatos de trabalhadores deflagrarem paralisações a qualquer momento. Durante o encontro, as empresas voltaram a declarar que o setor aéreo está em crise e que as empresas não aceitam mudar sua proposta.
Para avançar nas negociações, tanto os aeroviários, quanto os aeronautas, reduziram o índice de reajuste salarial de 13% para 10%. Selma Balbino, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, rebateu o cenário de crise que as empresas tentam passar. Segundo ela, diante dos 56% de aumento acumulado no ano, nas tarifas aéreas, é inaceitável que as empresas não garantam um aumento real nos salários dos funcionários.
Outro ponto colocado por Selma, é que as empresas estão apostando no confronto com os trabalhadores para maquiar a causa dos problemas que venham a ocorrer na alta temporada, ocasionados pela ineficiência das empresas, não pela campanha salarial das categorias.
Já Celso Klafke, também presidente do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, argumentou que a proposta de 3% é uma provocação. “As empresas estão apostando no conflito, pois nenhum dos dados econômicos apresentados pelos trabalhadores foi contestado por eles”, afirmou.
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) disse que pela manhã quatro voos foram cancelados e cinco estavam atrasados. No entanto, acrescentou que os problemas não tinham relação com a manifestação.
Com informações da Fentac