Publicado 28/11/2011 09:57 | Editado 04/03/2020 16:30
O Dia 25 de novembro foi instituído pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, como forma de conscientizar o mundo contra esse ato criminoso. É inaceitável que no século XXI, com tantos avanços, tantas conquistas nos campos da democracia e da cidadania, mulheres sejam agredidas, muitas vezes, pelo simples fato de serem mulheres. As estatísticas apontam que apesar do fenômeno da violência contra as mulheres atingi-las nas mais diversas condições sociais e econômicas, as que mais sofrem violência são as mais pobres, o que impede muitas vezes a possibilidade de romper com o ciclo da violência.
Em Fortaleza, a semana do dia 25 de novembro foi marcada por atos em toda a cidade, com destaque para o abraço simbólico à Delegacia da Mulher – ainda a única existente na 5ª maior cidade do país – e, na manhã do dia em questão, por uma Audiência Pública da Câmara dos vereadores na Praça dos Leões, Centro da cidade.
Com a Lei Maria da Penha, apontam as autoridades, aumentou bastante o número de denúncias contra os agressores. Por um lado, esse é um ponto positivo, pois mostra que as mulheres estão mais conscientes e denunciam; mas por outro lado, faz com que nos deparemos com o fato de que o machismo, inclusive, em sua face da violência física, estrutura a nossa sociedade, subalterniza e maltrata as mulheres.
O apoio familiar, a superação do medo na hora da denúncia, o papel dos meios de comunicação no esclarecimento, juntos somam-se às iniciativas enérgicas do Estado na garantia de soluções para o problema. Seguindo a Política Nacional de Mulheres no nível federal, Fortaleza deveria ter cinco delegacias de defesa das mulheres em funcionamento. A única delegacia existente, criada em meados da década de 80, certamente, foi um avanço. Permanece fundamental. Mas, precisamos de muito mais. Para isso, o Estado precisa agir.
Foram enviadas a caixa postal do gabinete do governador do Ceará, Cid Gomes, mais de 6 mil cartões-postais com assinaturas de entidades, mulheres e homens preocupados e preocupadas com a condição feminina. Respondendo às reivindicações, o governador já sinalizou positivamente sobre a necessidade de uma segunda delegacia. Será mais um passo para uma vida sem violência, pois as mulheres cearenses sabem que é, sobretudo, através de políticas públicas eficazes que cuidem das pessoas que esse mal contra nossas mulheres começará a ser eliminado.
* Eliana Gomes é Vereadora do PCdoB em Fortaleza
Fonte: O Povo