Vereador do PCdoB é o líder do bloco de oposição em Ribeirão Preto

A oposição ao governo Dárcy Vera (PSD) agora possui, oficialmente, sete vereadores. Na quinta-feira (24), um grupo parlamentar foi montado envolvendo quatro partidos e terá o vereador do PCdoB, André Luiz da Silva, como líder. O vereador do PV, Gilberto Abreu, que foi eleito como base do governo em 2008, será o vice-líder do grupo, que ainda conta com o presidente da Câmara, Nicanor Lopes, Gláucia Berenice, Bertinho Scandiuzzi e Silvana Resende – todos do PSDB -, e Jorge Parada (PT).

Agora, oficialmente, a oposição tem o mesmo número de vereadores que a base da prefeita. Porém, na prática, os demais 13 vereadores são apoiadores do governo. A base é formada pelo PSD (Marcelo Palinkas, Coraucci Neto, Bebé e Waldyr Villela) e pelo PMDB (Cícero Gomes, Samuel Zanferdini e Léo Oliveira).

Outro grupo é formado por Walter Gomes e Giló, do PR, Maurílio Romano (PP) Capelas Nova (PPS) e Saulo Rodrigues (PRB).
O vereador Nilton Gaiola (PSC) é o único que não compõe nenhum grupo, mesmo sendo da situação.

Independente

A vereadora Silvana Resende, do PSDB, que vinha sendo a principal opositora do governo até então, disse em entrevista que a proposta do grupo é fazer uma política diferenciada a partir de agora. "Formamos o bloco com os partidos unidos para termos mais força na Câmara, não de oposição, mas de independência", diz a vereadora, que ainda ressalta que o pensamento está voltado para todos os assuntos importantes à cidade.

A escolha de André Luiz para liderar o grupo foi estratégica, assim como Abreu como vice. Os dois não têm a imagem ligada a ex-administrações. "O pensamento é unificado para fazermos uma política diferenciada, com uma postura bastante ética", afirma André. Durante o primeiro mandato da atual Câmara de Vereadores, André Luiz e Gilberto Abreu fizeram parte da mesa, imprimindo uma administração transparente e mais dinâmica a Casa. À partir do segundo ano, por imposição da base da atual prefeita, André e Abreu saíram da mesa. Um dos indicados do governo municipal na época, o vereador Oliveira Júnior, acabou cassado pela Câmara Municipal por unanimidade no início deste ano.

Prefeita foi citada em investigação da polícia civil e do MP

Com a colaboração especial da jornalista Gabriela Yamada e o Araripe Castilho, a Folha de São Paulo registra como uma das matérias mais acessadas a chamada “ Sob suspeita, Dárcy Vera troca entrevista por pronunciamento”

Segundo a reportagem, “desde que a Polícia Civil começou a apurar se a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), está envolvida no suposto esquema de fraude nos sorteios de casas populares em Ribeirão Preto (SP), no último dia 16, ela tem evitado a imprensa.

Nesse período, Dárcy só deu uma entrevista coletiva, exatamente no dia em que ela foi citada por uma das suspeitas do caso como mandante do suposto esquema.

Na última segunda-feira (21), a prefeita até chamou a imprensa novamente para falar sobre o caso, mas o evento foi apenas um pronunciamento, pois Dárcy apenas falou e se retirou da sala sem dar chances para os jornalistas fazerem perguntas diretamente a ela.

Desde que assumiu o cargo, em 2009, é raro a prefeita chamar a imprensa e não abrir o encontro para perguntas.

O coordenador da Comunicação Social da Prefeitura de Ribeirão Preto, Eliezer Guedes Furtado, tem repetido à imprensa: "Se for fazer pergunta sobre Cohab, a Dárcy não vai responder".

Foi assim na tarde de quarta-feira, quando a prefeita esteve na Câmara para apresentar a proposta do Cidade Limpa durante audiência pública. Ela respondeu apenas questões referentes ao projeto que promete reduzir a poluição visual no município.

Depois disso, sempre "protegida" por Guedes, a prefeita deixou o prédio do Legislativo às pressas e se manteve distante dos repórteres.

Segundo o assessor de imprensa, Dárcy já disse "tudo o que tinha a dizer" e que, agora, falará somente em depoimento à polícia.

O caso é investigado pela Delegacia Seccional de Ribeirão. O Ministério Público também investiga o assunto” (Folha de São Paulo, 25.11.2011).

Por Djalma Batigalhia, com Agências