Diretor do FMI diz que China caminha para “pouso suave”
O vice-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Min Zhu disse nesta segunda-feira (21) que “a economia do mundo inteiro está se desacelerando significativamente” e previu um “pouso suave” na China.
Publicado 21/11/2011 15:07
No mais recente relatório “Perspectiva Econômica Global”, o FMI prevê crescimento de 4,0% para o PIB mundial neste ano e no próximo; para os países desenvolvidos, a estimativa é de expansão de 1,6% em 2011 e de 1,9% em 2012, enquanto que para os emergentes as projeções são de 6,4% e 6,1%, respectivamente.
China
Durante participação em conferência sobre integração econômica, o chinês Zhu (que se tornou vice-diretor-gerente do FMI em 26 de julho deste ano) reiterou sua visão de que a economia chinesa caminha para um “pouso suave”, apesar dos claros sinais de sobreaquecimento em alguns segmentos. Entre esses sinais, citou ele, estão o aumento forte do crédito e uma possível bolha no mercado de imóveis.
Zhu alertou que a China terá de mudar seu modelo econômico de maneira a depender mais de seu consumo doméstico. Segundo ele, a taxa de investimento, de 47% do PIB, “obviamente não é sustentável”. Argumentou, ainda, que o setor de serviços precisa expandir-se mais para absorver mais trabalhadores.
O gigante asiático é a grande incógnita nesta crise. Em 2009, quando a economia mundial regrediu 0,6%, em média, a China manteve um crescimento superior a 9%, apesar de sentir os impactos da recessão nos EUA. Agora, se o país sofrer uma forte desaceleração, os estragos para a economia internacional serão bem maiores e, no momento, imponderáveis. O Brasil sofreria bem mais, uma vez que desde 2009 tem naquele país o seu maior parceiro e mercado.
Sobre a Europa, o economista chinês disse que o crescimento econômico da região é “muito lento e muito desequilibrado”, com uma expansão “sólida” nos países do norte e problemas crônicos de competitividade e produtividade do trabalho nos do sul.
Com Valor