Cerca de 80% dos portuários de Santos cruzam os braços
Cerca de 1.200 trabalhadores do Porto de Santos realizaram uma paralisação de 24 horas , desde às 6h desta segunda-feira (21), para reivindicar três itens da pauta de negociação apresentadas pela própria Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o porto, mas que acabou recuando. A greve atinge 80% de todo o porto.
Publicado 21/11/2011 18:06
“Protocolamos a pauta de reivindicação em abril. Depois, em agosto, a Codesp apresentou contraproposta que foi aceita pelos trabalhadores. Mas, o Dest (Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais) não aprovou. Esperamos até agora um desfecho, o que não ocorreu, deixando de fazer greve em agosto e setembro”, contou ao Vermelho vice-presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), João de Andrade.
Ele acrescentou que, caso após a greve, não haja um acordo que agrade a todos, a categoria voltará a se reunir na semana que vem, em assembleia, é poderá decretar greve por tempo indeterminado.
Hoje, o Departamento Jurídico do Sindaport disse que ingressou com dissídio coletivo contra a Codesp, no Tribunal Regional do Trabalho, em São Paulo.
“Já entramos com pedido de audiência de conciliação, que julgue os itens da pauta. Caso não ocorra ou, se ocorrer, a decisão seja desfavorável aos trabalhadores, endureceremos a negociação”, concluiu.
As reivindicações
A paralisação de 24 horas, que terminará às 6h de amanhã (22), ocorre, segundo a entidade sindical, pelo fato de a empresa estatal não ter cumprido na íntegra a proposta salarial oferecida em agosto como: como auxílio-educação para dependentes, que existe em outros portos do país; igualar benefícios de antigos e novos empregados, alterando a Resolução n° 09 do acordo coletivo e criação de uma comissão paritária para discutir realinhamento salarial.
Segundo a Codesp, 25 navios deixaram de entrar ou sair do local desde a manhã de hoje. Por dia, o porto movimento, em média, 300 mil toneladas, equivalente a US$ 260 milhões.
O Sindaport disse que estão obedecendo a legislação vigente, de atender casos de urgência, como a de um navio que trazia gás de cozinha para a capital paulista, que teve sua carga liberada.
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Deborah Moreira, da redação do Vermelho