CTB realiza plenária sobre desigualdade no mercado de trabalho
A Secretaria de Combate ao Racismo da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) realiza nesta quinta-feira (17/11), em Salvador, a plenária nacional sobre a luta por igualdade no mercado de trabalho e trabalho decente. O evento acontece às 17h, no auditório do Sindicato dos Comerciários, no bairro de Nazaré, e resultará em uma carta a ser entregue aos chefes de Estado da América Latina e África, presentes ao Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes.
Publicado 16/11/2011 19:06 | Editado 04/03/2020 16:18
Estarão presentes ao encontro, a secretária Nacional de Combate ao Racismo da CTB, Valmira Silva, e o estadual, Sílvio Pinheiro; o presidente da CTB Bahia, Adilson Araújo, e outras lideranças ligadas ao mundo do trabalho.
“Nós vamos debater e retirar um documento para entregar aos chefes de Estado dizendo o que nós queremos em relação ao mercado de trabalho. Qual a evolução que nós queremos. A nossa ideia é fazer uma reflexão sobre a situação do negro no mercado de trabalho. Saber, por exemplo, se o aumento da escolaridade da população afrodescendente tem se refletido em ascensão profissional e melhoria de salários. Antes a desculpa era que o negro não tinha escolaridade e agora, qual o impedimento para a ascensão do negro aos cargos de direção das empresas?”, questiona Pinheiro.
Desigualdade
Alguns questionamentos da plenária já foram respondidos nesta quarta-feira, com a divulgação de parte dos dados do censo 2010 do IBGE, que evidencia as desigualdades de rendimentos entre brancos e negros. Segundo o levantamento, os valores médios recebidos pelos brancos chegam a R$ 1.574, próximo ao dobro do que ganham os grupos pretos (R$ 834), pardos (R$ 845) ou indígenas (R$ 735).
Os maiores diferenciais são encontrados nos municípios mais populosos, com mais de 500 mil habitantes. Entre as capitais, Salvador lidera a desigualdade de rendimento médio mensal entre brancos e pretos. Na capital baiana o primeiro grupo ganha 3,2 vezes mais do que o segundo. Em seguida, aparecem Recife (3 vezes) e Belo Horizonte (2,9 vezes).
Quando a comparação se dá entre brancos e pardos, São Paulo aparece no topo da lista das desigualdades (2,7 vezes). Em seguida vêm Salvador, o Rio de Janeiro e Porto Alegre, onde brancos têm rendimentos 2,3 vezes maiores do que os pardos.
De Salvador,
Eliane Costa.