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Movimento de moradia questiona falta de assistência imediata

A reintegração de posse do antigo prédio do Hotel Cineasta, um dos dez locais ocupados pelo movimento de moradia na madrugada de segunda-feira (7), em São Paulo, foi realizada, ontem, com base em decisão da juíza Maria Rita Rebello Pinho Dias, da 30ª Vara Cível Central da Capital, que também exigiu que as famílias tivessem assistência social imediata, o que não ocorreu.

“Vão levar os parlamentares da oposição mais meia dúzia de lideranças para explicarem que não há uma solução viável no momento. Eu não considero essa reunião e nem sei se irei. Para nós, não existe alternativa. Vamos ocupar quantas vezes for necessário, pois não cumpriram com a decisão da juíza, que no mandado pede a reintegração de posse com a garantia imediata de assistência. Saímos daqui sem garantia alguma, então vamos resistir”, disse Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, dirigente nacional da entidade que encabeçou a ocupação, a Central de Movimentos Populares (CMP).

Ele se refere à reunião marcada para hoje entre o secretário municipal de habitação Ricardo Pereira Leite, parlamentares da oposição e lideranças dos movimentos por moradia. Para Gegê, no entanto, há poucas chances de surgir uma solução por iniciativa da secretaria da Habitação.

Parlamentares da oposição ao governo do estado estavam presentes para tentar negociar e se comprometeram a conversar com a prefeitura, para que as famílias desalojadas recebam assistência social urgente.

No momento da desocupação, haviam apenas cerca de 50 das 300 pessoas que ocuparam o local. Segundo a coordenadora do UMM (União dos Movimentos de Moradia), Sueli Batista, a ação realizada no horário comercial é preocupante já que as assistentes sociais da prefeitura presentes não recolheram nomes das pessoas que não estavam no momento da desocupação. “Todos nós trabalhamos. Neste horário só está aqui quem pode. Nenhuma assistente pegou nome de nossa lista de controle de entrada e saída do prédio. Como poderemos garantir a estas pessoas cadastramento para assistência?”, questionou preocupada.

O deputado estadual Simão Pedro (PT), um dos coordenadores da Frente de Habitação Popular e Reforma Urbana, garantiu que a questão da assistência a todos que ocuparam o prédio será pauta na conversa de amanhã, e explicou que os movimentos irão redistribuir as famílias para os outros prédios ocupados.

"O problema de habitação não deve ser somente uma demanda eleitoral. Esse é um problema social e temos de mudar esta situação de inoperância na prefeitura, que só serve para aumentar a especulação imobiliária”, disse o deputado.

A operação de ontem envolveu homens da Polícia Militar, da Tropa de Choque e da Guarda Civil Metropolitana.

Fonte: Revista Fórum e agências